Atlético domina o jogo, vê gol não assinalado e vence o São Paulo no Independência

Frederico Ribeiro
fmachado@hojeemdia.com.br
11/10/2017 às 23:42.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:12
 (ANDRÉ YANCKOUS/AGIF/ESTADÃO CONTEÚDO)

(ANDRÉ YANCKOUS/AGIF/ESTADÃO CONTEÚDO)

Os 17 mil torcedores do Atlético que foram ao Independência na véspera de um feriado prolongado tiveram um gosto raro neste segundo semestre de 2017. O resultado foi um aplauso para o time, após vitória de 1 a 0 contra o São Paulo.

O resultado foi magro diante das chances criadas, principalmente no primeiro tempo. O gol solitário de Fábio Santos, de pênalti, fez justiça a um time com volume de jogo, Robinho querendo brilhar, volantes com desarmes afiados e um conjunto que soube superar até mesmo um gol não assinalado pela arbitragem.

GALO DOMINA, FALTA O GOL
O primeiro tempo do duelo no Independência foi praticamente um monólogo do Atlético. O clube mineiro fez uma apresentação como há muito não se via, de completo domínio das ações. Não por acaso deixou o gramado para o intervalo sob aplausos.

Quem recebeu vaias e xingamentos foi o trio de arbitragem, que poderia ter sido salvo pelo juiz adicional de linha de fundo. Entretanto, ele não viu a bola cruzar o gol são-paulino numa jogada de disputa de bola de Felipe Santana com  a zaga tricolor. Sidão tirou a bola dentro do gol, e o jogo seguiu.

Este gol não assinalado foi fruto de jogada de Robinho. O camisa 7, inclusive, era o símbolo da performance do Galo. Correu, brigou, chutou e armou. Faltou, entretanto, capricho em alguns momentos.

Não faltaram oportunidades claras para o Atlético abrir o placar. Principalmente com lançamentos de ponta a ponta. Nesses, Robinho e Valdívia saíram na cara de Sidão, mas finalizaram para fora. Quem ficou sumido foi o atacante Fred, sem jejum de gols e azarado, pois nem o rebote limpo para ele caía nas redes.

O São Paulo tinha apenas uma luz num time limitado. Hernanes, quando acionado, conseguia distribuir o jogo. Porém, Victor não trabalhou na etapa final. Até porque o atacante Lucas Pratto foi totalmente anulado por um Gabriel perfeito no jogo aéreo, na antecipação e roubada de bola.

A surpresa da noite foi Roger Bernardo. O volante, escalado no lugar do suspenso Elias, parecia outro jogador. Frio, bem nos desarmes e até mesmo com visão de jogo apurada, quando deixou Robinho na cara do gol com um passe para furar a defesa do São Paulo.

Na defesa alvinegra, Marcos Rocha também não soube se sobressair. Errou botes em sequência, ficava fora de posição ao tentar recuperar a bola e parecia sem fôlego para ajudar Cazares no ataque pelo lado direito.

PÊNALTI TEM DONO
O cenário da partida se manteve no início da etapa final da partida. O Atlético, com menos fôlego, entretanto, preferia trabalhar mais as jogadas. Fábio Santos recebeu dois belos passes de Robinho, só que o cruzamento para a área não era eficiente.

O camisa 6 do Atlético, porém, logo receberia um presente na partida. Marcos Rocha e Valdívia fizeram jogada de esperteza em cobrança de lateral. O meia-atacante saiu livre na entrada da pequena área e foi deslocado pelo zagueiro Bruno Alves.

Pênalti marcado para o Atlético, e cobrado mais uma vez por Fábio Santos, forte no canto. O lateral está 100% no quesito no ano, com quatro gols no tempo normal, sem contar diante do Londrina na disputa pós-90 minutos.

O gol fez o São Paulo acordar e tentar ações mais arriscadas no ataque, sem tanta timidez. Num desses lances, Lucas Pratto apareceu pela primeira vez. Recebeu cruzamento e subiu mais do que Fábio Santos. Victor foi obrigado a defender meio no susto.

A equipe da casa, então, teve algo inédito no jogo: o contra-ataque. Faltava velocidade para Robinho e Fred, porém. Mas Valdívia e Cazares conseguiram fazer tabelas, só que  não era a noite do equatoriano. Num erro individual, deixou a partida por cansaço. Seu substituto, Otero, entrou em campo quase marcando, ao dar um bonito voleiro perto da trave em passe de Marcos Rocha.

Logo em seguida, o venezuelano cobrou escanteio, e novamente o Atlético viu Sidão (desta vez de forma legal) impedir o gol em dois chutes à queima roupa.

Defesa por defesa, Victor não ficou atrás. Num momento em que o Galo desperdiçava ataques, o São Paulo obrigou o camisa 1 alvinegro a fazer grande defesa em cabeçada de Lucas Pratto. O argentino acordou na partida e deu trabalho para Santana e Gabriel, e o Atlético deixava de matar a partida pelos vacilos na frente. Valdívia, por exemplo, quis fazer jogada individual e perdeu a bola quando tinha três opções de passe.

Neste momento, o Poko Pika estava fazendo hora extra no gramado, errando em sequência. Logo depois, foi substituído para a entrada de Clayton. O Galo, na reta final do jogo, tentava cadenciar a bola e se proteger da ameaça do empate. Num erro da zaga são-paulina, Rafael Moura (que entrou no lugar do nulo Fred) acionou Robinho livre, mas o camisa 7 já não tinha tangue para a corrida e, ao driblar Sidão, deixou a bola escapar.

Mas o São Paulo parou de produzir chances perigosas e o Galo soube segurar o resultado para se aproximar da zona de classificação à Libertadores. Resultado importante, uma vez que a vitória paulista faria o Tricolor ultrapassar o time mineiro na tabela.


Atlético 1x0 São Paulo

Atlético: Victor; Marcos Rocha, Felipe Santana, Gabriel e Fábio Santos; Adilson e Roger Bernardo; Valdívia (Clayton), Cazares (Otero) e Robinho; Fred (Rafael Moura). Técnico: Oswaldo de Oliveira

São Paulo: Sidão; Militão, Rodrigo Caio, Bruno Alves e Júnior Tavares; Petros e Hernanes (Shaylon); Marcos Guilherme, Jonatan Gómez (Jucilei) e Lucas Fernandes (Maicosuel); Lucas Pratto. Técnico: Dorival Júnior

Gols: Fábio Santos; aos 7'/2ºT
Arbitragem: Heber Roberto Lopes, auxiliado por Helton Nunes e Thiaggo Americano Labes. Trio de Santa Catarina.
Cartões amarelos: Militão, Bruno Alves e Rodrigo Caio (SAO); Robinho (CAM)
Público: 17.606 pagantes
Renda: R$ 296.355,00

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