Compactação e transição rápida: "psicólogo" Diego Aguirre promete novos conceitos no Galo

Frederico Ribeiro - Hoje em Dia
03/12/2015 às 13:58.
Atualizado em 17/11/2021 às 03:11
 (Estadão Conteúdo)

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No Uruguai, o nome de Diego Aguirre é visto como o próximo a treinar a "Celeste". Aos 50 anos, ídolo do Peñarol, o ex-atacante precisou de quatro meses para tirar da cabeça as restrições de voltar a trabalhar no Brasil. Surpreso pela demissão no Inter, o uruguaio deixou boa impressão na imprensa gaúcha. Principalmente, na metodologia de treinamento, sempre simulando situações reais de jogo.    O torcedor do Galo, que viu o trabalho de Aguirre na Libertadores, pode esperar um time mais compacto na zaga, algo que faltou no Brasileirão, uma vez que a retaguarda tem números de times rebaixados. A aposta no ataque é na transição vertical. Além disso, Aguirre sempre tende a olhar para as categorias de base. Carlos, Eduardo e Dodô irão comemorar a chegada do treinador.   "O Diego Aguirre tem conceitos modernos de futebol, metodologia de trabalho interessante. Não é aquela coisa analítica, treino físico sem bola, com piques de 100 metros.. O treinamento do dia a dia é voltado para conceitos aplicados nas partidas. O time dele tem boa transição ofensiva e defensiva. Aqui no Inter ele adotou um conceito de controlar o jogo sem a bola. Ou seja, uma equipe bem compactada, com transição ofensiva rápida. Recuperação de bola e usar o jogo vertical. O Atlético Mineiro viu isso na Libertadores", analisa Jeremias Wernek, repórter do UOL Esporte e responsável pelo dia a dia do Colorado.   Para o jornalista, Aguirre era uma opção atrativa no esporte e possui perfil distinto dos nomes nacionais. Um lado considerado negativo de Aguirre é a relação com a derrota. Fazendo uma comparação "de longe", Werneck vê o uruguaio parecido com Cuca, um cara que o Galo descartou após uma pedida salarial fora da capacidade do clube.   "Aguirre estudou psicologia do esporte, tem conceitos diferentes dos treinadores brasileiro e é uma ótima alternativa de mercado. No Uruguai ele é muito bem avaliado. Como pessoa, é um cara tranquilo, calmo e reservado. Em alguns momentos, ele me lembra, de longe, o esteriótipo que se tinha do Cuca. Um cara que se abala facilmente por uma derrota, eliminação. Mas não se mostra  superticioso".   MUDANÇA DE DIRETOR AJUDOU A DERRUBAR AGUIRRE Diego Aguirre foi a aposta do Internacional para substituir Abel Braga, ao final da temporada de 2014. Foi a grande aposta de Vitorio Piffero, presidente recém-eleito e chegou com o aval do vice-presidente de futebol Luiz Fernando Costa. Entretanto, o diretor acabou falecendo no final da pré-temporada e Aguirre perdeu um aliado.   Carlos Pellegrini o substituiu no cargo e, então, os defeitos do treinador apareceram. O preparador físico de Aguirre, Fernando Pignatares, encontrou uma equipe com reforços que precisavam melhorar a forma física, principalmente Réver e Anderson. Com muitas lesões no time, o trabalho de Pignatares foi questionado. Além disso, rotulado como treinador de rodízio, Aguirre começou a se desgastar no Beira-Rio, até ser demitido no começo de agosto, dias antes da derrota vexatória de 5 a 0 para o rival Grêmio.   "Aqui ele sofreu com relacionamento com a diretoria. O dirigente que o contratou faleceu de um infarto antes fo final da pré-temporada. Quem assumiu no lugar dele não compactuava com os conceitos. Houve atritos com o departamento médico, fisiologistas, departamento de futebol, sobre utilização de jogadores, o que foi chamado populartmente de rodízio", explica Werneck.   CARRASCO DE BRASILEIROS E HERÓI DA LIBERTADORES Aos moldes da contratação de Cárdenas em fevereiro, Diego Aguirre chegará ao Atlético com fama de carrasco. Assim como o meia-atacante colombiano em 2014, o treinador foi responsável direto por "sacar" o Galo da competição, neste ano. Mas o uruguaio também foi contratado pelo Internacional depois de eliminar o time gaúcho. Em 2011, com o Peñarol, varreu o Colorado da competição, nas oitavas de final, em pleno Beira-Rio. Acabaria como vice-campeão, perdendo a final diante do Santos de Neymar.   Por falar nos aurinegros, Aguirre foi um goleador do Peñarol na década de 1980 e está imortalizado no clube. Na final da Libertadores de 1987, marcou um gol no último minuto da prorrogação, no jogo desempate contra o América de Cali. Foi o último título da equipe pentacampeã da competição.

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