Atlético encara o Danubio e luta contra a 'Síndrome dos Três Patetas'

Alexandre Simões
11/02/2019 às 20:42.
Atualizado em 05/09/2021 às 16:30
 (Bruno Cantini/Atlético)

(Bruno Cantini/Atlético)

Quando apresentava Vanderlei Luxemburgo como técnico do Atlético, há quase uma década, em 10 de dezembro de 2009, o presidente Alexandre Kalil, respondendo provocação de Zezé Perrella, criou uma das frases mais famosas da rivalidade entre os dois clubes. Na época, a Raposa tinha tomado, via Série A, uma vaga que parecia atleticana na Libertadores do ano seguinte, e o dirigente alvinegro alfinetou: “Eu acho que a história do Cruzeiro na Libertadores nesses últimos anos é igual a história dos Três Patetas, aquele seriado da televisão. A gente sabe tudo o que vai acontecer, mas no final nós vamos morrer de rir de novo”.

Em 2013, o atleticano não riu do rival, mas chorou de emoção. O clube, com um time de estrelas montado por Kalil, chegou ao maior título da sua história e conquistou a América.

O Atlético iniciava uma nova era. E dela faz parte a Copa Libertadores.

Nesta terça-feira (12), diante do Danubio, do Uruguai, às 19h15, no Independência, partida de volta da segunda fase, o Galo completa 50 jogos pelo torneio numa conta a partir daquele inesquecível 2013.

São seis participações nas últimas sete edições, contando a atual, algo que nenhum clube brasileiro alcançou no período.

Entre 1960, quando foi criada a Libertadores, disputada pelo Atlético pela primeira vez em 1972, e 2012, foram 33 jogos.

Desafio

Buscar a vaga na fase de grupos de 2019 aparece como obrigação para os comandados de Levir Culpi, que passando pelo Danubio ainda terão mais um mata-mata, contra Barcelona, do Equador, ou Defensor Sporting, do Uruguai, nesta rota.

Mas isso ainda é pouco para evitar que o Atlético, em caso de fracasso no torneio de 2019, corra o risco de sofrer, assim como o rival segue sofrendo, da “Síndrome dos Três Patetas”.

Depois da taça de 2013, o Galo jogou as quatro Libertadores seguintes sempre integrando a lista de favoritos. As campanhas em campo, apesar da manutenção da política de contratação de estrelas, nunca justificaram essa condição.

Muito pelo contrário. Por três vezes, a eliminação aconteceu ainda nas oitavas. Apenas uma vez o Galo chegou às quartas.

O bi em sequência é algo muito difícil. Nas últimas 40 edições da Libertadores foi alcançado apenas duas vezes, pelo esquadrão do São Paulo, de Telê Santana, em 1992 e 1993, e pelo grande Boca Juniors, de Carlos Bianchi, em 2000 e 2001.

Isso ameniza 2014, mas até 2017 o Atlético não conseguiu nem empolgar, sendo a última eliminação para o modesto Jorge Willsterman, da Bolívia.

Nova política

Em 2019, pela primeira vez nesta nova era, o Galo entra na Libertadores participando da etapa preliminar e sem apostar em medalhões.

Mesmo assim, a torcida ainda tem vivo na memória o gosto doce de 2013 e vai lotar o Independência nesta terça-feira embalada pelos tempos do “Caiu no Horto, tá morto”.

É uma herança ingrata que o Atlético de 2019 tem, pois do ponto de vista investimento e de estrelas é incomparável com os times de 2014, 2015, 2016 e 2017.

De toda forma, mesmo que o título não venha, a busca por uma grande campanha é fundamental para que o time de Levir Culpi tente barrar pelo lado alvinegro a “Síndrome dos Três Patetas”.

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