(Bruno Cantini)
Juan Cazares perdeu o segundo dia de treinos no Atlético. Passou o período da tarde resolvendo pendências de documentação. Mas o baixinho de 1,70m foi um dos assuntos mais comentados na Cidade do Galo, pois virou pivô de uma confusão de grandes proporções: um imbróglio internacional que chegará aos tribunais da Fifa.
O Atlético está confiante de que não sofrerá nenhuma penalidade, pois afirma ter negociado diretamente com o Independiente Del Valle-EQU, dono de 50% dos direitos econômicos de Juanito. Mas a transferência é questionada pelo Banfield-ARG, que garante ter exercido o direito de compra do jogador após o período de empréstimo.
Na segunda-feira, o Banfield publicou nota oficial antecipando que tomaria “medidas legais” contra Cazares, Atlético e Del Valle. Nessa terça (5), o advogado dos argentinos, Martin Moya, argumentou que o clube já havia enviado documentos oficiais para o Equador acionando a cláusula de prioridade, com o pagamento de US$ 1,5 milhão em três parcelas: janeiro e outubro de 2016 e janeiro de 2017. Esses documentos, segundo ele, também foram entregues à Fifa.
“Os registros foram enviados por correio e com aviso eletrônico. Além disso, foram ingressados no Fifa TMS (programa de registro de transferências internacionais). Esperamos a comunicação oficial do Del Valle para saber se desconhecem o exercício da nossa opção, ou se acharam que a mesma não foi válida. Só que houve uma troca de cartas, na qual eles reconhecem ter recebido a nossa notificação”, disse Moya ao Hoje em Dia.
Sobre a renovação automática de Cazares por três anos, o advogado afirma que o documento foi assinado. “O jogador foi notificado por escrito em Buenos Aires sobre a opção de compra e a entrada em vigência do contrato. Fez as assinaturas em meu escritório. Estamos perplexos pela forma como as instituições estão lidando com o caso”, criticou Moya.
Questionado sobre o motivo de o clube argentino não ter publicado os documentos comprovando o andamento favorável da renovação de Cazares, o advogado respondeu que “não é do feitio do Banfield a revelação de documentos entre clubes quando é muito provável o começo de ações judiciais”.