Soberano. O que se viu na noite desta quarta-feira (8) foi um verdadeiro espetáculo no Independência, onde o Atlético goleou o São Paulo por 4 a 1, placar que se fosse mais dilatado não seria nenhum exagero. Com marcação eficiente e saídas rápidas no contra-golpe, o time alvinegro dominou por completo a partida e carimbou a classificação para as quartas de final da Copa Libertadores. Agora, o Galo espera o vencedor do embate entre Palmeiras e Tijuana, do México, para saber quem será seu adversário na fase seguinte do torneio continental. A partida ocorrerá na próxima terça-feira, no Pacaembu. O primeiro entre os clubes terminou sem gols. Independentemente de quem se classificar, o Atlético jogará a segunda partida das quartas em sua casa, possivelmente no dia 29 de maio, uma quarta-feira. E é bom o adversário ir se preparando, pois quem joga no Horto não costuma trazer boas recordações de lá... Domínio Algumas coisas não se explica no futebol. Tudo conspirava a favor do Atlético nesta quarta-feira. A casa estava cheia, a vantagem no jogo de ida deixava o time tranquilo, o São Paulo estava sem sua dupla de zaga particular e havia aquela “mística” do Horto. Ainda assim, uma apreensão chegou a tomar a torcida, que preferia não “cantar de Galo” antes da hora. Mas esse mesmo torcedor, que roia as unhas pela tensão pré-jogo, não demorou muito para ficar eufórico com a partida. Com uma marcação bem ajustada ali atrás, reforçada pela raça dos atacantes Diego Tardelli e Bernard, o Atlético anulou completamente o time paulista durante a primeira etapa. Atrás do prejuízo, o São Paulo foi perdendo a cabeça desde o primeiro minuto, uma vez que não conseguia passar pela sólida barreira montada por Cuca. Na frente, o Galo deixava a zaga adversária atordoada. As ofensivas eram fulminantes, quase sempre com duas ou três opções para o jogador que detinha a posse de bola. Foram nove oportunidades criadas, cinco com extremo perigo. E uma delas sem perdão. Aos 17 minutos, Diego Tardelli achou Bernard, que escapava pelo meio da zaga tricolor. Os defensores paulistas afastaram a bola parcialmente, mas não contavam que ela ia parar nos pés de Jô. Bem posicionado, o centroavante acertou um belo chute, lá onde a coruja dorme, não dando chances para Rogério Ceni, que só apareceu na foto quando foi buscar a pelota. 1 a 0. A vantagem pelo placar mínimo poderia ser maior, não fosse um misto de sorte e competência da zaga são-paulina. Como, por exemplo, ocorreu aos 34 minutos, quando Diego Tardelli desviou de cabeça. Vendido no lance, Rogério Ceni só conseguiu torcer para a bola não entrar. E assim foi. A gorduchinha caprichosamente saiu rente à trave. Dois minutos depois, Bernard até que acertou a meta, mas Rafael Tolói estava ali para evitar o pior. Ir para o vestiário com uma vantagem ainda maior se comparada ao início do jogo era tudo o que Cuca queria... Show O gol no primeiro tempo deixou o Atlético tranquilo, precisando apenas mostrar seu belo futebol. E soube como fazê-lo. O que se viu nos 45 minutos complementares foi um Galo amplamente superior. Soberano, para ser mais exato. Marcando bem a saída de bola adversária, o time alvinegro sufocou o tricolor em seu próprio campo. Afoito, o São Paulo tentava defender como podia. Porém, era massacrado e cometia erros primários. Em um deles, Jô não perdoou. Aos 17 minutos, ele recebeu sozinho na entrada da área. Como pede o ofício, chutou rápido, à queima-roupa. Rogério Ceni, mal posicionado, viu a bola passar por baixo das suas pernas. 2 a 0.
O que se viu foi um verdadeiro massacre alvinegro (Foto: Carlos Roberto) O Galo nem dava tempo para o Tricolor respirar. Logo na saída de bola, a zaga são-paulina bateu cabeça e bola sobrou para Tardelli. O matador, que não tinha nada a ver com isso, apenas cutucou por cima do arqueiro adversário para ampliar o resultado. 3 a 0. Era um verdadeiro show de bola. O placar dilatado era apenas um ingrediente daquela equipe, que encantava quem apreciava a troca de passes e a movimentação entre os setores. Felizmente pôde se ver tudo isso no quarto gol. Ronaldinho caiu pela esquerda, fez bela jogada, deixando a marcação atordoada. O craque, ao entrar na zaga são-paulina, olhou para um lado e tocou para trás, com a qualidade que lhe é peculiar. Assim, achou Jô na meia-lua. O centroavante não perdoou e mandou direto para a caixinha. 4 a 0. Luís Fabiano até que diminuiu o placar para o tricolor paulista, aos 30 minutos. Mas esse gol não estragou o espetáculo proporcionado pelo Atlético aos seus torcedores. O Galo mostrou que não foi o melhor time das Américas por um acaso na primeira fase. E que é, sim, um dos favoritos ao título. FICHA TÉCNICA ATLÉTICO 4 X 1 SÃO PAULO ATLÉTICO: Victor; Marcos Rocha, Gilberto Silva, Réver, Richarlyson; Pierre, Leandro Donizete (Josué), Ronaldinho, Bernard (Luan); Tardelli e Jô. Técnico: Cuca SÃO PAULO: Rogério Ceni; Paulo Miranda (Silvinho), Rafael Toloi, Edson Silva e Thiago Carleto; Wellington, Denílson (Ademilson), Jadson (Maicon) e Paulo Henrique Ganso; Douglas e Luis Fabiano. Técnico: Ney Franco Gols: Jô (aos 17' do 1º tempo); Jô (aos 17' e 24'), Tardelli (aos 19') e Luis Fabiano (aos 30' do 2º tempo) Motivo: Jogo de volta das oitavas de final da Copa Libertadores Data: 8 de maio de 2013 Estádio: Independência Local: Belo Horizonte Árbitro: Roberto Silveira (URU) Auxiliares: Carlos Pastorino (URU) e Gabriel Popovits (URU) Cartões amarelos: Leandro Donizete e Diego Tardelli (Atlético); Denilson e Jadson (São Paulo) Cartões vermelhos: Thiago Carleto (São Paulo); Rosinei (Atlético)