Atlético desbanca "Rey de Copas" e é o soberano no trono da Libertadores

Álvaro Castro – Hoje em Dia
25/07/2013 às 00:38.
Atualizado em 20/11/2021 às 20:22

Sem sofrimento, não é Galo. O lema da torcida foi levado até o último instante e, nos pênaltis, o Atlético conquistou a Libertadores pela primeira vez em seus 105 anos de história. O resultado foi conquistado com uma vitória por 2 a 0 sobre o Olímía no tempo normal, que levou  a disputa para prorrogação e pênaltis. Brilhou novamente a estrela de Victor, que defendeu a primeira cobrança e contou com a última na trave.

O jogo foi com muita emoção, muito sofrimento para a torcida atleticana. O time começou em alta velocidade e com R10 mostrando que queria jogo. Substituto de Marcos rocha, Michel apareceu bem na etapa inicial e fez diversos cruzamentos perigosos. Do lado do Olímpia, Alejandro silva e Salgueiro fizeram boas jogadas, mas Victor esteve seguro nos lances de maior perigo.

No segundo tempo, a entrada de rosinei melhorou o time e Jô marcou logo no comecinho. O gol animou o Galo que foi para cima, abandonando o esquema tático e apostando na vontade. Os paraguaios ainda perderam um gol feito, com Ferreyra driblando Victor fora da área e escorregando na sequência. Aos 41 minutos, o Atlético fez o segundo de cabeça com Leonardo Silva, levando o jogo para a prorrogação.

O Atlético seguiu melhor, empurrando o time paraguaio para a defesa e dominando amplamente os dois tempos. Réver chegou a acertar a trave de cabeça, mas o Olímpia foi valente e conseguiu segurar o resultado, levando a contenda para os pênaltis.

Nos pênaltis, Victor defendeu um e Gímenez bateu na trave para sacram,entar o primeiro título do Galo na Libertadores.

O Atlético termina os 14 jogos da competição com 9 vitórias, 2 empates e 3 derrotas, totalizando 64,3% de aproveitamento. O ataque marcou 29 gols, contra 18 sofridos pela defesa, saldo de 10. Já o Olímpia, no mesmo número de jogos, conquistou 8 vitórias, 2 empates e 4 derrotas. O ataque marcou 25 vezes, com 13 bolas nas redes de Silva.

O jogo

A partida começou dando mostras de que seria disputada até o fim. Com apenas dois minutos, Michel arrancou pela direita e cruzou.  A bola atravessou toda a extensão da grande área, passando na frente de Jô. Os dois times seguiram em alta velocidade, brigando por cada bola. Ronaldinho começou buscando o jogo, ao contrário do que se viu em Assunção e chegou a bater algumas bolas de fora da área com algum perigo. No embalo da torcida, o Galo pressionou, mas não conseguiu reverter em gols.

A torcida alvinegra tentava atrapalhar os paraguaios com apitos e cantava para empurrar o time. Com 15 minutos, o Olímpia começou a equilibrar a partida. Bareiro recebeu lindo lançamento na esquerda e entrou sozinho. Para a sorte da torcida atleticana, o jogador demorou muito para definir e permitiu que Victor saísse e fizesse a defesa. Alejandro Silva, autor do primeiro gol no Paraguai, estava sozinho dentro da área. A bola ainda pipocou na frente do camisa 1 atleticano e a defesa afastou. Ronaldinho ainda teve a chance no contra-ataque, mas demorou a soltar a bola, desperdiçando a jogada.

O Atlético sentiu o baque e começou a demonstrar nervosismo. A ponta direita começou a se mostrar a grande alternativa do time na etapa inicial. Com 19 minutos, Josué tabelou com Tardelli e apareceu livre. Ele cruzou no segundo pau. R10 cabeceou, mas a bola foi para fora.

Mesmo com a torcida a seu favor, o Atlético começou a ficar nervoso em campo. Com 21 minutos, Benítez empurrou Bernard. O meia alvinegro não ficou nada satisfeito com a situação e cuspiu na cara do jogador paraguaio. Após alguns instantes de confusão, os dois jogadores foram advertidos com o cartão amarelo. Três minutos depois, bela jogada alvinegra. Bernard recebeu na direita e, de primeira e de calcanhar, colocou Michel livre para cruzar para Tardelli. O camisa 9 tentou chegar, mas em vão.

Com cerca de 30 minutos, a partida perdeu em velocidade e os times passaram a trocar mais passes. Ronaldinho caiu de produção e o Atlético foi perdendo aos poucos o controle do jogo. Bernard, visivelmente alterado, dividiu feio com Aranda. Os dois entraram com o pé alto, mas foi o baixinho do Galo quem levou a pior. O camisa 11 chegou a ficar grogue por alguns instantes, após forte choque na altura das costelas e deixou o campo de maca.

Se as bolas pela ponta direita eram a grande alternativa do Galo, já que Júnior César praticamente não pegou na bola, Alejandro silva era o trunfo do Olímpia. Rápido, o camisa 3 recebeu belo lançamento de Salgueiro no bico esquerdo da grande área, cortou Leonardo Silva como quis e bateu fraquinho, de direita, para a sorte de Victor, que defendeu.

O Galo se perdeu em campo, com Cuca e a torcida nervosos. Ronaldinho passou definitivamente a errar passes. O jogo seguiu sem maiores lances de perigo até que o juiz apitasse o fim do primeiro tempo. Os jogadores saíram de campo com gritos de “Vamos lá” e "eu acredito", enquanto caminhavam para os vestiários.

Segundo tempo

O Atlético voltou para o segundo tempo mais ligado e com mudanças. Após conversar com a equipe, Cuca promoveu a primeira alteração e colocou Rosinei na vaga de Pierre. A mudança deu certo e e logo no comecinho, o camisa 18 foi decisivo. ele cruzou da direita e Pittoni falhou feio. A bola sobrou para Jô que, como um verdadeiro centroavante, colocou a bola para dentro, fazendo explodir o Mineirão, 1 a 0 Galo!

O gol acendeu a torcida que voltou a cantar alto no Gigante da Pampulha, empurrando o time alvinegro. Com o resultado parcial, o time precisava de mais um gol que quase veio aos 5 minutos. Após cruzamento da direita de Bernard, Tardelli invadiu a área e passou para Jô que, de cabeça, quase conseguiu fazer mais um.

O gol trouxe os paraguaios para a defesa e fez o Atlético crecer em campo e dominar a posse de bola. O time passou a tocar melhor a bola e Jô cresceu de posição, conseguindo girar sobre a defesa e bater, mas sem direção  Com 14 minutos, o grito de gol quase saiu da garganta alvinegra. Michel alçou a bola na área e Leonardo Silva cabeceou alto. A bola viajou, passou por Martín Silva e explodiu no travessão. Mas nem tudo era flores. Pittoni lançou para a área, Ale Silva escorou e Salgueiro cabeceou sem direção.

O Olímpia parecia perdido em campo. O time paraguaio não consegue sair do campo de defesa e chega a errar até mesmo cobranças de lateral. Bizonho. O técnico tirou Ale sílva para a entrada de Gímenez, trazendo o time ainda mais para trás. Em cobrança de falta de R10, Leonardo Silva testou com firmeza para grande defesa de Martín. Na tentativa de fazer o segundo gol, Cuca tirou Michel para a entrada de Alecsandro, com 27 minutos.
 


Leonardo Silva comemora o gol que levou o jogo para os pênaltis (Foto: Evaristo Sá/AFP)

Com 30 minutos, o Galo era só vontade. Na busca desesperada pelo gol, o time abandonou o esquema tático, com todos os jogadores empenhados na frente. Com isso, o Olímpia passou a explorar apenas os contra-ataques. O Atlético ainda assustou com Tardelli. Ronaldinho bateu de fora da área para grande defesa de Martín, Tardelli, impedido, chegou completamente sozinho e bateu para longe. Este foi o último lance do centroavante, que deu lugar a Guilherme com 34 minutos.

Aos 38 minutos, Ferreyra quase pôs fim no sonho alvinegro. El Tanque recebeu lançamento longo, sozinho, Victor saiu da área para cortar e foi driblado. O camisa 9 do Olímpia tropeçou e perdeu a chance de empatar, com o gol vazio.Com 40 minutos, Alecsandro foi duramente derrubado na entrada da área. Manzúr recebeu o segundo amarelo e foi expulso de campo. Na cobrança, R10 bateu na barreira. Contudo, um minuto depois, redenção alvinegra e Leonardo Silva devolveu o Galo ao jogo. Após cair na área, o camisa 3 se levantou e escorou o cruzamento de Bernard para o fundo da rede de Martín Silva, 2 a 0, resultado que levaria o jogo para a prorrogação.

A torcida caiu aos prantos e gritou até o fim o cântico que empurrou o Galo à vitória: “eu acredito”!

Prorrogação

Co um jogador a mais, o Atlético começou a prorrogação com calma, tocando a bola e buscando os espaços. O Olímpia, por sua vez, colocou os nove jogadores de linha atrás da linha de meio, tentando segurar o resultado. Nas arquibancadas, show da torcida alvinegra, empurrando o time.  Com metade do primeiro tempo, apenas o Atlético havia chegado ao ataque, com bolas alçadas à área e muita qualidade no toque de bola. Aos 8 minutos, Bernard cobrou escanteio e Réver subiu. O camisa 4 testou firme e a bola caprichosamente explodiu no encontro entre a trave e o travessão.

Aos 12 minutos, nova chance. Josué recebeu na intermediária e encheu o pé. Martín Silva subiu espetacularmente para jogar a bola para fora. Nenhum dos dois times tinha mais esquema tático e apenas a vontade imperava em campo. Os atleticanos martelando atrás do terceiro gol e os paraguaios lutando bravamente para manter o resultado.

Com o fim dos 15 minutos iniciais, os times trocaram de lado e o jogo foi imediatamente reiniciado.

O segundo tempo da prorrogação começou como o primeiro, com o Atlético fazendo a bola girar e o Olímpia apenas se defendendo. Com dois minutos, Bernard foi ao fundo, cruzou na defesa e ganhou o escanteio. O jogador sentiu câimbras, caiu com dores e foi imediatamente socorrido por Luan, que foi ovacionado pela torcida.

O time alvinegro seguiu martelando, mas com  Bernard fora de combate o time perdeu velocidade. Com 8 minutos, primeira chegada do Olimpia com Pittoni pela direita, em cruzamento que Victor salvou após contra-ataque. A resposta veio com Jô, que recebeu na área, girou e bateu. A bola saiu fraca, nas mãos de Martín Silva.

Com 9 minutos, a torcida alvinegra ficou de cabelo em pé. Leonardo Silva derrubou Ferreyra na entrada da área.  Como se um filme passasse na cabeça, Pittoni, heroi do primeiro jogo foi para a cobrança. O camisa 8 bateu com categoria, por cima da barreira e a bola foi para fora. Victor apenas olhou. Com 12 minutos, escanteio para o Olímpia. Martín Silva, paralelamente, caiu no campo sentindo a coxa direita. Ele foi atendido em campo pelos médicos do clube paraguaio. Aos 14 minutos, Alecsandro recebeu sozinho na área, deu uma cavadinha por cima do goleiro, mas a zaga apareceu para cortar. Com o resultado, o jogo foi para os pênaltis.

Pênaltis

Antes das cobranças, os jogadores do Atlético se reuniram juntamente com os membros da comissão técnica, em círculo, para se concentrar para as cobranças. Enquanto o Atlético tinha um time repleto de atacantes, o Olímpia teria que escolher seus batedores entre os defensores.

Logo na primeira cobrança, Miranda bateu muito mal no meio do gol e Victor defendeu com os pés, muito adiantado. Alecsandro foi para a cobrança e bateu no ângulo esquerdo de Silva, que pulou na bola. Ferreyra bateu o segundo e converteu. A bola passou debaixo de Victor.  Guilherme bateu com paradinha, cantinho e converteu. Silva foi na bola de novo. Candía foi para a cobrança e converteu com categoria. Jô respondeu à altura e fez para o Galo. Aranda encheu o pé e fez para os paraguaios. Leonardo Silva bateu com estilo e fez o quarto do Atlético.  Gímenez bateu na trave e sacramentou o título do Galo.

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