A Justiça Trabalhista concedeu liminar a favor do Atlético no entrave jurídico envolvendo a jovem promessa das categorias de base Bruno Tabata, de 18 anos. O jogador havia recusado assinar o novo contrato - de profissional -, sendo que o atual vínculo acabará em março de 2016. Com a liminar, o Galo impede que Tabata possa assinar com qualquer outro clube no mundo após a data acima. O Atlético, como clube formador, tem a prioridade na renovação contratual e pode igualar a proposta de outro clube interessado, recebendo uma multa, caso o jogador opte mesmo por mudar de casa. O departamento jurídico do clube alega que Tabata recusou a oferta, mas, como não apresentou nenhuma contraproposta, o jogador pode renovar automaticamente por mais três anos. "Por ora, é uma decisão liminar. Um dos nossos pedidos é, mediante ausência dele de qualquer manifestação sobre a proposta que apresentamos, ela (oferta) está valendo. Por tanto, caracterizaria uma renovação automática de três anos", disse o diretor jurídico do Atlético, Lásaro Cândido. Na visão do jogador, o Galo deveria apresentar um plano de carreira. Entretanto, o clube segue um padrão de negociação para promessas da base celebrarem o primeiro contrato profissional. Uma delas é oferecer um salário em torno de R$ 2 mil. A partir do cumprimento de objetivos, como número de jogos na equipe principal, os vencimentos aumentam. "A Lei Pelé garante aos clubes formadores que o primeiro contrato (profissional) de renovação é de preferência deste clube. É o que foi feito no caso deste jogador, dessa promessa. Nas conversas que a gente faz com os outros jogadores (de base), estabelecemos um processo de evolução. Ou seja, a base não termina aí. O jogador, para sair de uma (status de) promessa e realizá-la, tem caminhos a seguir, se ele passa pelo profissional, se completa tantas partidas, há um roteiro, esquema e planejamento, completou o advogado alvinegro. Representante quer evitar guerra jurídica Bruno Tabata é um dos onze jogadores da base do Atlético agenciado pela empresa Meio di Campo - Assessoria Esportiva. O diretor executivo da agência, Renê Salviano, sendo parceiro do Galo, quer evitar uma batalha judicial envolvendo seu cliente. "A ideia é não ter atrito jurídico nenhum com o Atlético. Só resolver para o melhor lado. Eu tenho que ver os dois lados, pois sou parceiro do clube e trabalho com o atleta. Mas eu gosto de ver sempre o que é justo. A carreira do atleta é única, o clube não, ele vai existir por muitos anos e ele tem que olhar o lado do atleta. Primeiro vou tomar partido do que é (a liminar) para responder melhor sobre a situação", afirmou. Salviano afirma que não pode comentar sobre a liminar favorecendo o Galo, pois precisa estudar melhor o processo, mas diz que, pelo que chegou ao seu conhecimento, discorda completamente da decisão da Justiça. "Ainda não tive conhecimento. Vou buscar saber o que aconteceu, entender juridicamente. Tenho o conhecimento de lei e gostaria de analisar o histórico deste documento para estudá-lo. Pelo que eu ouvi até agora, foge completamente do que é a lei. Mas preciso dar uma estudada", completou.