Autuori pode ser primeiro brasileiro com três títulos da Libertadores

Felipe Torres - Hoje em Dia
11/02/2014 às 09:46.
Atualizado em 20/11/2021 às 15:56
 (Bruno Cantini/Atlético)

(Bruno Cantini/Atlético)

A fala é mansa e o semblante sereno. O sotaque arrastado não deixa dúvidas de que ele nasceu no Rio de Janeiro. Muitos devem se perguntar porque Paulo Autuori, formado em educação física, foi escolher logo a conturbada profissão de técnico de futebol.

Porém, está comprovado que o “controle emocional” do comandante do Atlético tornou-se uma das suas armas na Copa Libertadores. Autuori já venceu a competição duas vezes – 1997, com o Cruzeiro, e 2005, pelo São Paulo – e pode conquistar um feito na edição de 2014.

O Galo estreia hoje contra o Zamora, às 22h15 (de Brasília), na Venezuela, pela primeira rodada do Grupo 4. Se levantar a taça com o alvinegro, Paulo Autuori superará Telê Santana, Luiz Felipe Scolari e Lula, tornando-se o técnico com maior número de títulos da Libertadores no Brasil.

O tri seria uma marca expressiva. No entanto, Autuori dispensa os holofotes. “Não me permito pensar assim. Quero é que o clube ganhe. Protagonismo, para mim, é dos jogadores. Não quero ser melhor do que ninguém. Minha luta é comigo mesmo”, declara.

Ele, inclusive, ressalta que não há uma receita para levantar a taça. “Não acredito nisso. A equipe tem de ser competitiva. Aliar a qualidade, coletiva e individual, ao espírito de sofrimento”, diz. Paulo Autuori se refere ao fato de a Libertadores exigir certos “sacrifícios”, como estádios acanhados, pressão extracampo e longos deslocamentos.

Pressão da Massa

O que ninguém imaginava é que Autuori sentasse no banco de reservas diante do Zamora pressionado. O time não rendeu nos jogos do Campeonato Mineiro. A gota d’água foi a derrota para o modesto Tombense, há uma semana, no Independência.
A Massa o xingou de “burro” e cobrou novos atletas. As comparações com o ex-comandante Cuca prometem conturbar ainda mais o cenário.

Por isso, bater os venezuelanos nesta noite é fundamental para trazer paz ao Galo. Ainda mais que, no fim de semana, os atleticanos receberão o Cruzeiro, no Horto, pela quinta rodada do Estadual.

Dois tropeços deixarão a situação de Autuori quase insustentável no alvinegro. “As exigências ficam lá no alto quando você é atual campeão. O desafio agora é ganhar duas vezes a Libertadores. Coisa que não acontece com as equipes do Brasil há algum tempo”, avisa.

Paulo tem razão. Desde os troféus consecutivos do São Paulo, de Telê Santana, em 1992 e 1993, um time canarinho não se sagra bicampeão direto da disputa.

Alavancar a carreira

O Atlético é a grande oportunidade de Paulo Autuori retomar a carreira vitoriosa. Após levar os canecos da Libertadores e Mundial de Clubes da Fifa, na temporada 2005, não comemorou mais nada pelos clubes daqui.

Ele passou por Cruzeiro, Grêmio, Vasco, além do próprio São Paulo, e não deixou saudades.  

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