(Flávio Tavares)
Não faltavam cartazes no domingo (6), nas arquibancadas do Independência, de boas-vindas ao francês Nikolas Anelka. Mas a contratação do experiente atacante, de 35 anos, anunciada na madrugada de sábado para domingo, gerou uma incômoda pergunta: estaria Jô de saída após a Copa do Mundo?
Em bom momento e praticamente garantido com a camisa da Seleção Brasileira no Mundial, Jô tem propostas do futebol internacional, principalmente Alemanha e Inglaterra. Outro que poderia estar de saída é André, que tem cada vez menos chance no time alvinegro.
Anelka deve desembarcar, hoje ou amanhã, em Belo Horizonte, para realizar os exames médicos e assinar o contrato com o Atlético até o fim da temporada. E a outra grande questão em torno da contratação é saber em que condições o francês chegará ao novo clube.
“Para o Anelka, é muito bom, pois ele vai entrar num time organizado, que tem um sistema ofensivo muito forte. Se foi bom para o Atlético, ainda não é possível dizer”, afirma o jornalista francês Eric Frosio, correspondente do jornal “L’Équipe” no Brasil.
Se depender do currículo, o atacante tem tudo para brilhar. Anelka vestiu as camisas de alguns dos mais tradicionais clubes do planeta, como Arsenal, Real Madrid, Liverpool, Manchester City, Juventus e Chelsea. Além disso, foi companheiro de Ronaldinho no Paris Saint-Germain.
Cabeça quente
No entanto, Anelka tem uma passagem relativamente apagada pela seleção francesa. O atacante brigou para disputar os Mundiais de 2002, na Coreia do Sul e Japão, e de 2006, na Alemanha, mas, em ambos, foi preterido por Henry e Trezeguet. Acabou convocado para a Copa de 2010, na África do Sul, no entanto, foi excluído de sua seleção após xingar o técnico Raymond Domenech na partida com o México, pela fase de grupos.
“Anelka sempre apresentou bom futebol, mas, por ser um jogador problemático, sempre foi deixado de lado na disputa por uma vaga na seleção”, diz Eric Frosio.
Em 2012, Anelka trocou o Chelsea, onde estava bem, por um salário milionário no Shanghai Shenhua, da China.
De volta à Inglaterra, defendeu o West Bromwich, mas acabou tendo o contrato encerrado no mês passado, após mais uma polêmica. O atacante fez um gesto em campo considerado antissemita, que ele alega ter sido em homenagem ao humorista francês Dieudonné.
“O que se diz é que o West Brom, que já não estava satisfeito com ele, aproveitou a situação para romper o contrato”, diz o jornalista do “L’Équipe”.