Há 20 anos, o Galo cravava seu nome na história da América do Sul

Wallace Graciano
23/09/2012 às 02:29.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:30
 (Ricardo Medeiros)

(Ricardo Medeiros)

Há exatos 20 anos, Atlético e Olímpia decidiam no Paraguai quem se tornaria o primeiro campeão da Copa Conmebol, torneio que foi disputado em gramados sul-americanos entre 1992 a 1999. Após uma noite de tensão dentro e fora do estádio, o time alvinegro conseguia frear o ímpeto do adversário e, assim, levantava seu primeiro troféu continental. Ainda que não seja unanimidade, a competição marcou época e é lembrada com orgulho por todos aqueles que o disputaram, principalmente aqueles que enfrentavam verdadeiras batalhas em verdadeiros campos de batalha espalhados pela América do Sul. Era um Galo forte e vingador.

Em 1991, a Copa Conmebol foi idealizada para ter, no ano seguinte, sua primeira edição com um formato similar a Copa da UEFA, que já fazia sucesso na Europa e reunia grandes clubes que não disputavam a Liga dos Campeões, sendo o torneio de maior impacto do “velho mundo”. Assim como na competição, que vigorava no continente europeu, foi estabelecido critérios de classificação por índice técnico e países considerados 'grandes', como Brasil e Argentina (que dominavam a América do Sul), teriam mais vagas.

Ficou estabelecido que as equipes bem classificadas em suas respectivas competições nacionais, mas que não obtivessem vagas para a Copa Libertadores, teriam a chance de disputar o torneio. Em território tupiniquim, o vice-campeão da Copa do Brasil (Grêmio) ao lado do segundo (Bragantino), terceiro (Atlético) e quarto (Fluminense) colocados do campeonato nacional de 1991 carimbaram suas vagas para a primeira Copa Conmebol. 

 

Confira a galeria de imagens da conquista

O caminho rumo ao título não foi fácil. Logo na estreia, o Atlético viu “Super Ézio” (que viria a vestir a camisa alvinegra posteriormente) decidir o embate a favor do Fluminense. A derrota por 2 a 1 obrigava maior entrega do clube mineiro no Gigante da Paumpulha. E ela veio. O tricolor carioca não viu a cor da bola e voltou para o Rio com uma indigesta goleada de 5 a 1 na bagagem. 

Na fase seguinte, o Atlético enfrentaria seu xará, o Atlético Juniors, da Colômbia. Um empate fora de casa e uma vitória confortável no Mineirão levaram o Galo para a semifinal, onde enfrentaria o Nacional de Quito. Além da altitude da capital equatoriana, a equipe mineira teve que jogar ao meio-dia. No primeiro jogo, revés pelo placar mínimo. No segundo, vitória alvinegra por 2 a 0, no Mineirão, e vaga garantida na final, onde enfrentaria o Olímpia. 

Sob forte chuva, 60 mil atleticanos assistiram a um Olímpia combativo e que levava perigo ao gol defendido por João Leite, em meio a forte chuva que castigava o gramado. Ainda assim, o Galo superou os obstáculos e, com dois gols de Negrini, levou boa vantagem para o jogo de volta, no Paraguai. 

O clima em Assunção era de tensão total. Cuspes e objetos arremessados eram parte da decoração de um cenário hostil, que lembrava uma guerra, principalmente quando o “combate” foi levado para dentro de campo. Com raça, como gosta a torcida alvinegra, o Atlético suportou a garra do adversário e só tomou um mísero gol no minuto final. Nada que abalasse a festa mineira em território paraguaio. O Clube Atlético Mineiro era o primeiro campeão da Copa Conmebol e honrava o nome de Minas. 

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