Meta atleticana é acabar com a rejeição ao comando de Autuori

Felipe Torres - Hoje em Dia
07/02/2014 às 09:31.
Atualizado em 20/11/2021 às 15:52
 (Ricardo Bastos)

(Ricardo Bastos)

Era para ser uma entrevista coletiva comum do técnico Cuca, naquele 14 de dezembro de 2013, em Marrakesh. Porém, no suntuoso hotel Selman, uma análise do Raja Casablanca, futuro adversário do Atlético no Mundial de Clubes, acabou mesmo em segundo plano.

O comandante reuniu os jornalistas e admitiu que havia recebido proposta milionária do futebol chinês. A saída de Cuca “coincidiu” com a vexatória participação do Galo no torneio intercontinental. O próprio presidente Alexandre Kalil disse, depois, que a notícia do “adeus” não teria sido em boa hora. E, ao que tudo indica, o fim da vitoriosa “Era Cuca” promete ser ainda mais traumático ao clube.

Na derrota do alvinegro para o Tombense (2 a 0), na quarta-feira, em pleno Independência, o novo treinador Paulo Autuori foi chamado de “burro” por parte da torcida. Ele completava o terceiro duelo à frente do alvinegro. As vaias tomaram conta do Horto, quando Autuori decidiu mexer na formação. A rejeição estava escancarada.

Assim que foi apresentado, no mês passado, Autuori se apressou em destacar que manteria o esquema tático e o time organizado por Cuca. Cumpriu a promessa e não mudou uma peça sequer no Campeonato Mineiro. Só Dátolo assumiu a lateral esquerda, por conta da lesão de Lucas Cândido.

Mas as contusões aparecerem, e Autuori se viu com poucas opções de banco no decorrer dos confrontos. Para piorar a situação, os titulares tiveram inexpressivos nove dias de pré-temporada e sentem a falta de ritmo após as férias.

“Sinuca de bico”

Levando-se todos esses aspectos em consideração, Paulo Autuori se encontra numa “sinuca de bico”. Herdar um time pronto não é tão fácil como se imagina. Caso queira mudar a forma tática de atuar do Galo, precisará enfrentar uma grande resistência e muitas críticas da torcida.

O “fantasma” Cuca ainda o assombrará por um bom tempo. Dois importantes jogos na semana que vem serão fundamentais na história do novo técnico no Atlético. Terça-feira, o Galo viaja à Venezuela, onde encara o Zamora, às 22h15 (de Brasília), pela primeira rodada do Grupo 4 da Libertadores. Em seguida, no domingo, acontece o superclássico contra o Cruzeiro, no Horto, pelo Campeonato Mineiro.

Tropeços poderão “minar” de vez a relação de Autuori com a Massa. “Quem está no futebol, está sempre sendo julgado e pressionado a cada três ou quatro dias. Não dá nem para lamentar. É uma situação natural”, afirma, tranquilo, Autuori. 

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