Nova sede do Galo: arquiteto fanático, escudos de R$ 30 mil e embrião de museu

Frederico Ribeiro - Hoje em Dia
15/02/2016 às 19:23.
Atualizado em 16/11/2021 às 01:25
 (Bruno Cantini/Atlético)

(Bruno Cantini/Atlético)

Como naqueles quadros típicos de programas dominicais, a sede do Atlético, em Lourdes, topou passar pela transformação visual e, no “antes e depois”, surpreendeu o público. A nova fachada ostenta dois escudos imponentes, que custaram, juntos, R$ 30 mil. Com iluminação noturna, eles dão a impressão “de estar voando”, conforme analisou o próprio arquiteto do projeto, Bernardo Farkasvölgyi, o mesmo responsável pelo estádio alvinegro.

“A ideia do projeto partiu da ideia do presidente do Atlético. Desde quando a sede foi inaugurada, não havia tido nenhuma reforça impactante. Houve uma reforma na parte interna e tudo mais. Mas além da fachada, houve mudança na sala de troféus, permitindo uma maior visualização. Antigamente existia uma limitação dos torcedores e curiosos. A ideia da fachada foi criar uma nova identidade, uma coisa leve, sem ser uma obra sofrida, com um pensamento de fazer um encapamento, reunindo as fachadas da loja e da sede, em uma unificação”, disse o arquiteto ao Hoje em Dia, que sentiu feliz com a positiva repercussão da obra.
 

 

"Eu, como torcedor fanático do Atlético, tive uma responsabilidade muito grande em fazer um projeto desse. Vai que a Massa não gostasse? Iria pegar a minha história na arquitetura e iria embora (risos)", completou.

Além disso, um "aquário" deu lugar à velha sala de troféus, que também mudou de nome. Agora, é um memorial, espaço que se tornou um “embrião” para o museu do Galo. As taças não contam a história do clube sozinhas. Estão acompanhadas de objetos históricos, como camisas e faixas de campeonatos. Três torcedores foram os responsáveis por ajudar a ilustrar o espaço.

O gerente de multimídia do Galo, Emmerson Maurílio, é um dos cabeças por trás do Centro Atleticano de Memória. Outros dois membros, André Macedo e Rafael de Souza Perez, também foram fundamentais na contribuição.

“Agora virou um memorial. As camisas são do acervo do Centro Atleticano de Memória e de colecionadores que são membros deste Centro. Esses materiais ficam à disposição do clube, sem custo nenhum. Não é uma doação, é uma consignação, são acervos particulares consignados ao Centro”, afirmou Emmerson ao Hoje em Dia.
 

 

A ideia, agora, é fazer do memorial uma exposição mutável de camisas. O planejamento é de haver um rodízio dos mantos históricos, com exposições especiais, por exemplo, de camisas apenas de goleiros.

"Ainda não definimos, mas a ideia é fazer um rodízio das peças, de 2 ou 2 meses, de 3 em 3. Estamos pensando também em uma exposição de camisas só de goleiros, em estilo de linha de tempo. Colocamos camisas ao lado de algumas taças. A taça da Conmebol (1992), por exemplo, é a camisa do Negrini na final contra o Olimpia. Camisa de 1971 foi usada contra o Botafogo", completa Maurílio

Rafael Perez é detentor de 500 camisas preparadas para jogo do Galo, e “doou” um exemplar de 1958, usado pelo atacante Amorim, o manto mais antigo do memorial. “Na sede há 10 camisas e sete faixas minhas. Faço a coleção para mostrar ao público, meu objetivo não é escondê-la no armário”, explica Perez, que ainda não viu o memorial por ter sido pai na última sexta-feira. “Só vi por fotos, é um orgulho muito grande. Um passo para o tão sonhado museu”.

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