(Arquivo/Hoje em Dia)
Jogador que mais vestiu a camisa do Atlético na centenária história do clube alvinegro, o goleiro João Leite viveu a emoção do clássico contra o Cruzeiro no Mineirão 57 vezes.
Mas, até hoje, uma partida em especial está gravada na memória do jogador. O primeiro jogo contra o rival, no dia 6 de novembro de 1977, em partida válida pela primeira fase da Copa do Brasil. A missão era das mais difíceis: substituir Ortiz. O Galo venceu por 1 a 0.
“O Cruzeiro tinha um grande time, com Raul e Nelinho. Especialmente o Nelinho, que vinha acabando com os goleiros do Galo, principalmente nas cobranças de falta, cruzamentos e lançamentos. Foi uma emoção, mas uma responsabilidade muito grande também”, relembra.
“Eu me recordo que o Vantuir e o Márcio, que eram os zagueiros do Atlético, logo me avisaram: ‘Jogue adiantado porque o Nelinho sempre lança uma bola para o Revétria, que é muito perigoso”, conta.
Onze estaduais
Dos 57 clássicos contra o Cruzeiro disputados no Gigante da Pampulha, as defesas de João Leite ajudaram o Atlético a garantir 24 vitórias e 22 empates – foram apenas 11 derrotas.
Ao todo, João Leite defendeu o Galo em 684 jogos, mas foram mesmo os clássicos contra a Raposa que marcaram a carreira do camisa 1.
“É um jogo que sempre divide a cidade. A pressão da torcida é grande dos dois lados. E, como todo mundo sabe, não tem essa história de favorito mesmo. Quando a bola rola impera a imprevisibilidade do resultado, principalmente pela questão psicológica que envolve a partida”, relembra o goleiro, que ajudou o time a conquistar 11 campeonatos estaduais. Com ele no time, o Galo garantiu o hexacampeonato, entre os 1978 a 1983, marcando uma época do futebol de Minas Gerais.
No dia 29 de março de 1992, João Leite subiu as escadarias do túnel do Mineirão para disputar seu último clássico contra o Cruzeiro, em jogo válido pela primeira fase do Campeonato Brasileiro. Com grandes defesas, ele ajudou o Atlético a garantir a vitória de 2 a 0, com gols de Vanderci (contra) e Sérgio Araújo. “Mesmo hoje fora dos gramados, é sempre uma emoção visitar o Mineirão e ver as duas equipes se enfrentando. Me sinto como se estivesse em campo”, confessa.