Vitória histórica contra o Galo teria desfecho diferente na Albânia, conta meia da URT

Frederico Ribeiro - Hoje em Dia
29/02/2016 às 14:45.
Atualizado em 16/11/2021 às 01:37
 (Bruno Cantini/Atlético)

(Bruno Cantini/Atlético)

Vencer o Atlético de Robinho foi mais do que suficiente para deixar Patos de Minas em clima de festa de comemoração de título. Afinal de contas, foi apenas o segundo triunfo da história da URT frente ao alvinegro da capital mineira. Entretanto, uma vitória inesperada como essa seria motivo de multa e "esporro" na Albânia. Quem pode comprovar tal fato é o meia Leomir, que deixou o Leste Europeu para se juntar à URT e participar da glória do último sábado.

Aos 28 anos, Leomir entrou aos 9 minutos do segundo tempo no lugar do mais renomado jogador da URT, o volante Rodrigo Possebon (ex-Manchester Unidet). Quase ampliou o placar para o time da casa, ao arriscar um chute de cobertura, defendido por Victor. Alegrias que o fizeram, rapidamente, ratificar a boa escolha em pedir para sair do FK Kukësi, após quatro meses de futebol ríspido, dificuldades na língua e, o pior, a influência das apostas no desempenho das equipes. Vencer, na Albânia, nem sempre é o melhor resultado.

"Lá é diferente de tudo que já vivi. Como tem muita aposta envolvida nos jogos, se você vencer por 2 a 1, 1 a 0, a diretoria dá bronca, esporro e até pode multar. Eles exigem um placar maior e tudo mais. Mas, em outro episódio, havíamos perdido um jogo de ida da Copa por 3 a 1 (para o Naftëtari Kucovë), todos acharam que seríamos eliminados e as apostas eram em cima disso. Na volta, vencemos por 4 a 1 e houve esporro geral da diretoria pra gente, inclusive, uma multa de 100 euros para cada jogador", afirmou Leomir, ao Hoje em Dia.

No Kukësi, Leomir foi titular em boa parte do tempo. Agora, luta para ter o mesmo prestígio com o técnico Ademir Fonseca e virar titular da URT. Na Albânia, o meia teve a companhia de outros brasileiros, como o ex-atacante do Flamengo Erick Flores e do treinador Marcello Troisi. Mesmo assim, foi dificil se adaptar ao futebol local.

"Foi uma experiência com aspectos positivos e negativos. Você aprende muita coisa nova. Em relação ao futebol, eles ainda precisam crescer no profissionalismo, é um futebol mais físico, de porrada, você precisa se adaptar a isso, a um ritmo diferente. Dentro de campo, não é das melhores experiências e, por isso, optei por voltar à URT. Fora de campo, há as dificuldades comuns, cultura, culinária, se você não falar inglês, terá dificuldades de comunicação. A sorte é que o meu time tinha brasileiros e eles se ajudam muito", acrescentou.

FESTA EM PATOS
Contratado em fevereiro para fechar o elenco da URT, Leomir já realizou três jogos no Campeonato Mineiro, todos como suplente. Com o "quase-gol" diante do Galo, ele espera novas chances no time de Patos de Minas. Mas, apesar do momento em que a URT curte pela vitória "quase impossível", Leomir procurou ficar com os pés no chão, mesmo que o Alto Paranaíba tenha cansado de soltar foguetes durante o último fim de semana.

"Foi uma vitória muito importante, a cidade celebrou bastante. É sempre bom vencer um time forte, pois as pessoas começam a olhar para o seu trabalho com outros olhos. Isso fica no currículo do jogador. Confesso que não acompanhei muito, fui descansar com a família, mas no domingo fui ao Shopping e senti a repercussão nas pessoas, que parabenizava a gente por este feito", completou o meia.

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