Atleticano que mora na Suíça compra cadeira na Arena MRV e colocará nome do pai, que morreu em 2004

Alexandre Simões
@oalexsimoes
Publicado em 20/05/2021 às 19:57.Atualizado em 05/12/2021 às 04:59.
 (Arquivo Pessoal)
(Arquivo Pessoal)

Quase 9.000 quilômetros separam Genebra, na Suíça, de Belo Horizonte. Essa distância não foi barreira para que Cláudio Fernandes Dias, de 49 anos, que mora no país europeu há oito, trabalhando como diretor comercial, comprasse uma cadeira cativa na Arena MRV, que o Atlético constrói em Belo Horizonte.

Claudio e filho na Suíçla torcedor do Atlético

Cláudio e os filhos na casa deles, em Genebra, na Suíça, todos com a camisa do clube de coração chamado por eles sempre de Galão da Massa

E ele tem dois motivos principais: a paixão pelo seu Galão da Massa, como ele mesmo se refere ao clube, e a chance de homenagear o pai, Francisco das Chagas Dias, o Chiquinho, que morreu em 2004 e foi quem o fez atleticano. Seu nome estará na cadeira.

Confira a entrevista com esse atleticano que não esconde a felicidade por poder ajudar o clube a erguer o sonho de todo atleticano.

Como começou sua paixão pelo Atlético?
Sou o primeiro de seis filhos de um atleticano fanático chamado Francisco. Nasci no ano do primeiro Campeonato Brasileiro (1971) e consequentemente do primeiro e único título brasileiro do Galão da Massa. O que me orgulha muito e me faz amar ainda mais esse clube, primeiro pela paixão que herdei de meu pai, hoje falecido, mas que me deixou como legado esse amor pelo Clube Atlético Mineiro.

Você mora na Suíça há quantos anos e como é mantida esta paixão?
Eu e meus filhos moramos na Suíça, mais precisamente em Genebra, desde 2013, ano em que o Galo foi campeão da Libertadores. Neste ano, já havíamos comprado passagens e ingressos para o jogo final do Mundial de Clubes, o que infelizmente não aconteceu com o Galão. E desde então acompanho o Galo pela TV ou quando vou ao Brasil, normalmente a cada 6 meses, e procuro sempre que seja em épocas de jogos para poder matar a saudade desta paixão de ver meu Galão em campo. Quando estou em casa, temos a assinatura do Premiere e assisto ao vivo aos jogos, isso quando não tenho compromissos no dia seguinte ou quando acontecem no domingo, porque o fuso horário de cinco horas à frente nos faz ficar acordado até às 5 da manhã aqui às vezes..

O que te levou a comprar uma cadeira na Arena MRV, apesar de morar em outro país?
Então, eu amo meu Galão de paixão, e numa verdadeira paixão, nunca sabemos bem o porquê de fazermos as coisas que fazemos, simplesmente fazemos. Nunca pensei que estava na Suíça quando adquiri, só pensei na emoção de assistir de perto aos jogos e em homenagear meu pai (o nome de Chiquinho estará na cadeira comprada pelo filho). Queria muito também contribuir para que o Galo tivesse sua casa, e sei que minha contribuição é mínima, mas sei que foi com muita emoção e pensando nas vezes que poderei estar aí e ver pessoalmente, no nosso estádio, as glórias que virão do meu Galo.

Chiquinho pai de Cláudio torcedor do Atlético Suíça cadeira Arena MRV

Seu Chiquinho com a esposa e uma das netas na Suíça, em 2002, quando foi visitar um outro filho que mora no país europeu

Qual momento você já presenciou do Atlético que gostaria de viver novamente na Arena MRV?
Ganhar uma Copa Libertadores da América, na Arena MRV. Seria um sonho inenarrável.

Qual cidade você mora na Suíça e vocês têm um consulado do Galo aí no país?
Moro em Genebra, infelizmente não temos consulado do Galo aqui, mas como tenho um primo que mora em Londres e faz parte do consulado de Londres, sempre trocamos figurinha e atualizamos nossos amigos da Europa com informações do Galo.

Como é em dia de jogos, principalmente aqueles que acontecem à noite, por causa do fuso?
Esses jogos da Copa Libertadores e do Campeonato Brasileiro que começam às 21h são os mais complicados, porque no fuso local daqui já são duas da manhã e eles terminam por volta das quatro da manhã. Se tudo der certo, com o Galo ganhando, ok, pois a adrenalina da vitória transforma o dia seguinte em prazer e faz com eu passe o dia bem. Mas quando perde, a sensação da derrota nos faz passar o dia remoendo as oportunidades perdidas e é frustrante. Mas como o amor é cego, vamos sempre apoiar o Galo, mesmo nas tempestades.

Já fez alguma loucura para ver um jogo especial do Galo, morando aí na Suíça?
Então, para mim não foi loucura, mas para minha esposa foi o fim do mundo. Comprei ingressos para uma final de Mundial de Clubes, passagens e reservas de hotel, e o Galo nem tinha embarcado no Brasil. Acho que essa foi uma das coisas mais ousadas que eu fiz por amar esse clube.

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