O futuro estádio do Atlético, a Arena MRV, já pode ser vista de longe na paisagem de Belo Horizonte. O estádio já tem mais de 85% de suas obras concluídas e espera ser o mais tecnológico da América Latina, com o diferencial de ter conexão via internet para todos os presentes no local.

As obras da Arena MRV seguem dentro do previsto, com a entrega do estádio sendo feita até dezembro e as obras gerais na região, como nas vias de trânsito, entregues até março de 2023. O estádio já tem 90% da sua cobertura completa, além de estacionamentos, que são divididos em quatro pavimentos, com 2300 vagas ao todo, praticamente completos. Do lado de fora, já é possível ver os letreiros com o escrito “Arena MRV”, que serão quatro ao todo, um em cada lado do estádio, e também é possível ver um dos “escudões” do Galo, que estarão estampados em cada quina da estrutura.

A esplanada

A esplanada do estádio já está também quase toda estruturada, com espaços para bares e um espaço que será da Prefeitura, com centro de línguas, uma academia da cidade e um núcleo de assistência à saúde da família, tudo necessário para que a aprovação do projeto fosse concluída. 

“A nossa esplanada circunda diferente do Mineirão, ela não vai receber shows por causa de um acordo com a comunidade, por conta do impacto de ruído. Então a esplanada ela vai ser um espaço que pode receber pequenos eventos como feiras, mas nada de show grande. Shows grandes todos lá dentro do estádio. Durante dias sem jogos, ela vai ser aberta pra comunidade para prática de esportes. Vai ser pintada uma ciclovia e uma pista de caminhada no entorno”, afirmou Rivelle Nunes, assessor de imprensa da Arena MRV.

Parte interna

A parte interna do estádio já está estruturada com cada ambiente, como setor inferior e superior, camarotes e cabines de imprensa. Ao todo, já foram instaladas mais de 17 mil cadeiras no estádio, que serão nas cores cinza claro, cinza escuro, branca, preta e amarela. As cadeiras não irão formar nenhum tipo de mosaico ou escrito. Por falar em cadeiras, é 99% provável que o setor das torcidas organizadas do Galo, atrás do gol, não tenha cadeiras para facilitar a festa.

O campo da Arena MRV já tem os bancos de reservas feitos e um sistema de drenagem instalado, com o atual cenário sendo a cobertura do local com brita e areia, para depois ser feito o sistema de irrigação e enfim instalar a grama do estádio, que será 100% natural.

“(A grama) Vai ser plantada esse ano ainda, óbvio. Novembro, provavelmente, a gente inicia o plantio. Depois de quatro meses o estádio já vai estar pronto, o gramado já vai estar pronto pra receber futebol. O primeiro jogo aqui é só em maio. Então vai dar um tempo”, afirmou o assessor.

Diferencial

O diferencial que a Arena MRV propõe a quem irá ao estádio é a conectividade e a tecnologia. A ideia é que todos presentes tenham acesso a uma internet de qualidade para que possam fazer tudo necessário, principalmente se conectarem ao aplicativo do estádio, que é onde tudo poderá ser feito:

“O principal (diferencial) é a conectividade. A gente quer que seja um estádio que tenha internet pra todo mundo. Mas não é simplesmente ter por ter. A gente quer que a Arena seja um estádio que não circule dinheiro vivo. Então as compras vão ser todas efetuadas pelo aplicativo do Atlético. Então, se você quer que as pessoas usem o aplicativo, você tem que dar uma internet de qualidade pra elas”, afirmou Rivelle, que explicou a ideia do aplicativo funcionar antes mesmo do torcedor chegar ao estádio: “O centro de gravidade da Arena vai ser justamente esse aplicativo, vou falar um dos diferenciais que a gente tem que é que você consiga comprar seu ingresso, seu ticket de estacionamento, sua cerveja e seu alimento antecipadamente, tudo pelo aplicativo”, completou.

Representantes do Atlético e da Arena visitaram inúmeros estádios ao redor do mundo para reproduzirem o que melhor viram no estádio atleticano, que se projeta como a arena mais moderna da América Latina.

Maiores dificuldades na construção

O estádio do Atlético já passou por inúmeras etapas, muitas delas tiveram dificuldades, seja na execução ou no orçamento. Questionado sobre o principal desafio da construção da Arena, Rivelle Nunes revelou que, para ele, o mais difícil foi a terraplanagem, que durou mais de um ano:

“Essa é uma obra que a cada etapa que é vencida a gente comemora bastante, porque é uma obra muito desafiadora. A terraplanagem foi uma uma etapa muito difícil de ser vencida porque era um terreno extremamente acidentado. E foi uma etapa que durou mais de um ano, porque ela começou em 2020 e terminou em 2021. Teve ainda um período de chuva muito grande e, durante a chuva, você não pode fazer terraplanagem. Você tem que esperar o solo ficar seco”.

Outro fator que dificultou o andamento da obra foram os preços dos materiais de construção, que tiveram um aumento significativo durante a pandemia, alterando assim o valor final da Arena. No entanto, Rivelle exaltou a ação do CEO da Arena, Bruno Muzzi, que comprou todo o aço necessário para a construção do estádio com antecedência:

A pandemia fez com que o preço das dos materiais de construção aumentassem muito. Então foi um desafio muito grande também, mas um acerto muito grande da equipe de engenharia, do nosso CEO que é o Bruno Muzzi, foi que quando saiu o dinheiro (da venda) do Diamond, ele comprou o aço do estádio inteiro. Se tivesse deixado pra depois, talvez o estádio nem tivesse de pé, porque o aço aumentou muito o preço.

O estádio do Atlético está localizado no bairro Califórnia, na divisa de Belo Horizonte com Contagem, em um terreno doado pelo mecenas do clube, Rubens Menin, dono da MRV Engenharia, que comprou os naming rights do estádio, que terá capacidade para 46 mil torcedores.

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