Baseado na Arena MRV, Atlético lançou seu símbolo de comemoração pelos 115 anos (Divulgação/Atlético)
No dia 25 de março de 1908, o Atlético era fundado em Belo Horizonte. 115 anos depois, o clube, que se tornou um dos mais relevantes do país, vive um momento crucial de sua história erguendo seu próprio estádio e na espera de uma SAF, para ser “salvo” financeiramente.
Neste sábado, o Atlético pretendia iniciar os eventos de inauguração da Arena MRV, sua nova casa com capacidade para 46 mil torcedores. No entanto, o clube teve problemas com as obras e não conseguiu iniciar essas celebrações no local. Os atrasos são por conta de contrapartidas que precisam ser feitas, como construções que agregam ao local e a comunidade e manutenção da mata na região.
Além de tudo, o clube teve um aumento de mais de 100% no custo do estádio. O projeto inicial previa um gasto de R$ 410 milhões, porém, com algumas mudanças de estrutura e o aumento das contrapartidas e de valores dos produtos usados na obra (muito por conta da pandemia), a Arena já ultrapassa a casa de R$ 1 bilhão.
Devido a aumento do valor e de algumas divergências com a Prefeitura, o Atlético decidiu apenas realizar um culto ecumênico com membros da diretoria, conselheiros e outros convidados, sem torcida ou imprensa. O primeiro evento oficial será no dia 15 de abril, e a estreia do time no local deve acontecer apenas em julho ou agosto deste ano.
Internamente, Arena MRV está quase 100% completa, mas obras externas ainda vão levar mais tempo (FERNANDO MICHEL)
Apesar dos problemas antes da inauguração, a Arena MRV chega para o Atlético como um marco histórico, que pode mudar a história do clube, dentro e fora de campo.
SAF
Outro acontecimento que pode mudar os rumos do Atlético é a mudança do clube para Sociedade Anônima do Futebol (SAF), ou seja, ele passará a ter um dono. Essa mudança é de suma importância para o clube ter um alívio financeiro. O Galo é o clube com maior dívida do Brasil, ultrapassando R$ 1,4 bilhão. Com a SAF, o clube pretende usar o dinheiro para sanar essa situação.
Mas o caminho para o Atlético não está tão fácil. No fim de 2022, a ideia era que o clube se tornasse SAF nesses primeiros meses de 2023, o que não irá acontecer. Isso porque o Galo não conseguiu apresentar ao Conselho uma proposta final nesse período, e com isso trabalha agora em fechar o processo até o fim de maio.
O Atlético pretende vender 51% de suas ações por um valor em torno de R$ 800 milhões, sem incluir a Arena MRV e o CT. No entanto, se esses patrimônios forem incluídos, o valor deve chegar a R$ 2 bilhões. O nome mais indicado para realizar essa compra é Peter Grieve, um empresário norte-americano líder de um fundo de investimento, que terá como modelo a captação de recursos no mercado para conseguir fazer esse investimento.
Peter Grieve é o nome mais cotado para ser o dono da SAF do Atlético (Divulgação)
A ideia do clube é usar boa parte do dinheiro inicial para abater as dívidas que afogam o clube dia após dia. Hoje, o Galo sobrevive graças ao aporte feito pelos chamados 4Rs, empresários atleticanos com a “liderança” de Rubens Menin. Inclusive, Menin pode “ganhar” uma parte da SAF em troca de abater as dívidas que o clube tem com ele.
10 anos de mudança
Em 2023, além dos 115 anos, o Atlético completa também 10 anos desde que conseguiu se mostrar novamente como uma potente equipe no Brasil. Em 2013, sob o comando de Alexandre Kalil, o clube conquistou sua primeira Libertadores, com direito ao ícone Ronaldinho Gaúcho no elenco.
No ano seguinte, venceu a sua primeira Copa do Brasil, levantando a taça contra o rival Cruzeiro. Nos últimos três anos, após investimentos dos 4Rs, o clube retomou grande protagonismo, sendo campeão Brasileiro (após 50 anos) e bicampeão da Copa do Brasil, em 2021,com o também ícone, Hulk.
Com a Arena MRV e a SAF, o Atlético pretende fincar de vez o pé como grande nome do futebol brasileiro e sul-americano, batendo de frente com Palmeiras e Flamengo, times que já ocupam essa posição no atual cenário.
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