O Atlético ficou muito perto da vaga nas oitavas de final da Copa Libertadores, na noite desta quarta-feira (16), ao aplicar 3 a 0 no Colo-Colo, no Independência. Dos gritos contra o recém-nomeado ministro Luiz Inácio Lula da Silva a coreografias, a torcida do Galo viveu uma noite de manifestações e celebrou mais uma vitória. A festa se justificou com a goleada sobre a equipe mais difícil que o clube mineiro encontrou no grupo 5 da competição.
Com show de Cazares, que marcou o seu primeiro gol com a camisa atleticana, falhas de Lucas Pratto e aplausos para Patric, o Atlético chega aos 10 pontos e coloca "um pé e meio" nas oitavas de final da competição continental. O "curinga" marcou o segundo gol, e Hyuri fechou o marcador. Nos minutos finais, Robinho ainda entrou em campo, recuperado de problema físico. Mas teve desempenho discreto.
O Atlético volta a campo às 18h30 do próximo domingo (20), para enfrentar o Tupi, em Juiz de Fora, pelo Campeonato Mineiro. Na Libertadores, o Galo jogará apenas no dia 6 de abril, quando viaja até o Equador para enfrentar o Independiente del Valle. Já o Colo-Colo recebe o Melgar no dia 7 de abril.
O JOGO
A força da torcida estava toda depositada em Giovanni, responsável por assumir uma meta que é da posse de um "santo". Já o atleta mais ovacionado antes de a bola rolar foi Patric. Mas quem brilhou e puxou o Atlético para o caminho da vitória entrou sem tanta pompa no gramado. Juan Cazares recebeu a bola do folclórico camisa 29 e, com agilidade e sutileza, deixou o adversário para trás antes da finalização certeira no canto de Justo Villar logo no primeiro minuto de jogo.
O camisa 11 estava "endiabrado". Depois de abrir o marcador, ainda distribuiu mais três passes perfeitos para gol. Eles só no viraram assistências porque Marcos Rocha, Lucas Pratto e o bandeirinha falharam. O assistente anulou um gol legítimo do Urso, poucos minutos depois do primeiro tento.
Se o Galo não fazia questão de dominar a posse de bola, se segurava com firmeza na defesa. No primeiro tempo, Giovanni teve apenas um susto, em finalização de fora da área. O Colo-Colo não encontrou liga nem no lado esquerdo do ataque, o ponto forte da equipe chilena.
O volume de jogo do alvinegro mineiro foi o determinante na etapa inicial. Porém, além dos erros dos próprios jogadores, o técnico Diego Aguirre teve que ter paciência com a arbitragem, que assinalava qualquer contato físico como falta.
Água mole do Galo em pedra dura do Cacique, a pressão funcionou. Depois de inúmeras tentativas, o improvável herói alvinegro apareceu. Patric já havia marcado o gol da vitória sobre o Melgar. Da mesma forma, apareceu como elemento surpresa em novo ataque. Em chute forte, a bola bateu na trave e caiu dentro do gol, sequer balançando as redes. O bandeira que havia "roubado" um gol do Atlético teve olhos precisos para validar o tento do ponta-esquerda.
"VOU FESTEJAR"
No primeiro lance da etapa complementar, o Colo-Colo já dava o primeiro sinal de mudança de postura. Giovanni teve que usar a velocidade de reação para impedir o gol chileno. O Atlético voltou a chegar com perigo, mas em bela jogada de Patric, que chapelou o goleiro Villar, já se atirando para fazer a defesa, o atacante Lucas Pratto colecionou mais um erro. Desta vez, sem goleiro para atrapalhar, e a poucos centímetros do gol.
Patric foi sacado por Aguirre e recebeu o maior aplauso da carreira. Deu lugar a Hyuri. O poder de marcação diminuiu. A esperança era que o ataque melhorasse. O camisa 17 quase marcou quando se infiltrou pela esquerda, mas o forte chute foi espalmado. Era apenas um ensaio. Minutos depois, não teve o bafo do lateral no cangote e, mais livre, apenas deslocou Villar em um chute de chapa.
Neste momento, qualquer protesto de cunho político ficou em segundo plano. A ordem era festejar, ao som da música-hino de Beth Carvalho ou do mantra quase esquecido "caiu no Horto, tá morto".
A cereja do bolo na festa alvinegra foi a entrada de Robinho, já com a vitória praticamente selada. O camisa 7 substituiu Cazares, mas não teve tempo para brilhar.
Ficha técnica
Atlético 3 x 0 Colo-Colo
Atlético
Giovanni; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Erazo e Douglas Santos; Rafael Carioca, Júnior Urso, Cazares (Robinho), Luan (Eduardo) e Patric (Hyuri); Lucas Pratto Técnico: Diego Aguirre
Colo-Colo
Villar; Fierro, Julio Barroso, Jaime Valdés (Javier Reina) e Beausejour; Esteban Pavez, Baeza, Martín Rodríguez e Jorge Araya; Juan Delgado e Tonso (Vilches) Técnico: José Luís Sierra
Gols: Cazares, no primeiro minuto de jogo, Patric, aos 44 minutos do primeiro tempo e Hyuri, aos 27 minutos do segundo tempo
Cartões Amarelos: Rafael Carioca, Luan (Atlético), Julio Barroso, Beausejour e Pavez (Colo-Colo)
Arbitragem: Juan Soto, auxiliado por Jorge Urrego e Elbis Gomez, todos da Venezuela
Público: 21.201
Renda: R$ 1.704.100,00