"Conquistar este título para a torcida seria o motivo de maior alegria", diz Ronaldinho Gaúcho

Felipe Torres - Hoje em Dia
Publicado em 24/07/2013 às 09:37.Atualizado em 20/11/2021 às 20:20.
Ele estava diante de um batalhão de câmeras e dezenas de jornalistas, na terça-feira (23), na sala de imprensa da Cidade do Galo. O presidente Alexandre Kalil e o irmão Assis escutavam atentamente as suas palavras, enquanto torcedores se espremiam para ver o astro de perto. 
 
Ronaldinho Gaúcho e o Atlético se completaram. Só falta aquele grande título para selar esta união de sucesso. Um placar com três gols de diferença separa o craque da sonhada Copa Libertadores e de se tornar o maior ídolo da história do Galo. 
 
Porém, à véspera de encarar o Olimpia, no Mineirão, R10 mostrou a tranquilidade que apenas os craques têm. Da atividade no campo ao andar até o vestiário, Ronaldinho conseguiu fazer com que a tarde parecesse normal.
 
Mas não era. Durante sua entrevista, ele falou da emoção em conquistar o torneio sul-americano e retribuir o carinho da Massa alvinegra. Mostrando muita motivação, Ronaldinho garantiu que o título da Libertadores será comparado ao de uma Copa do Mundo ou Liga dos Campeões.
 
Você praticamente venceu tudo carreira, mas ainda falta uma Libertadores. Isso te motiva ainda mais?
 
Claro que sim. Venci bastante coisa na minha trajetória, mas não tenho a Libertadores. Isso me motiva ainda mais. Até porque o clube também não a conquistou ainda. E sei que vou ficar marcado na história por estar na primeira equipe que levou a taça. Tenho esta chance.
 
Você se sente a grande referência deste time do Galo?
 
Não, para mim, o time vem sempre antes de qualquer jogador. Mas fico feliz por ter a confiança dos companheiros, da comissão técnica e da torcida. Isso me deixa muito confiante. Agora, é estar bem preparado e buscar o meu melhor para ajudar ao Atlético.
 
A torcida já avisou que, se o Atlético for campeão, você será considerado o maior ídolo da história do clube. Como lida com isso?
 
Serei eternamente grato pelo que aconteceu comigo aqui. O que mais quero é retribuir o carinho que me deram. Sei da importância da competição para o Galo. Conquistar este título para a torcida seria o motivo de maior alegria desde que cheguei ao clube. Mas é maravilhoso esse carinho em tão pouco tempo. Toda a admiração, o que acontece comigo aqui. Quero entrar pra história do clube e essa será minha grande oportunidade.
 
A “era” R10 do Galo está perto de ser decretada?
 
Essa “era” já começou. Cheguei num momento importante e consegui ajudar o Galo a retornar a uma Libertadores, a conquistar o Campeonato Mineiro. Queremos continuar vencendo, para que, muitos anos depois, todos se lembrem do meu trabalho, assim como aconteceu no Barcelona (recentemente, o clube catalão comemorou os dez anos da contratação de Ronaldinho). 
 
Você já foi campeão da Champions, da Copa do Mundo e de outros torneios expressivos. Costuma dá sorte em decisões?
 
Tenho sorte em finais. Em quase todas fiz gols. Espero que a sorte continue e eu siga abençoado mais uma vez. Estou concentrado para fazer o melhor e poder ajudar os companheiros, dar alegrias à torcida do Galo.
 
Você teve uma atuação apagada na derrota para o Olimpia, no Paraguai, semana passada. Ainda saiu meio “bravo” após ser substituído. A relação com o técnico Cuca está boa?
 
Tudo normal, em harmonia, um ambiente perfeito. No Paraguai, as coisas não saíram muito bem para quase ninguém. Os jogadores do Olimpia conseguiram impor o ritmo de jogo deles. Aqui, temos de procurar fazer o mesmo.
 
Será uma retranca forte?
 
Sim, só que um ataque contra defesa vai ser bom para a gente. Precisamos ter atenção, buscar o gol desde o começo. Conseguindo abrir o placar, a torcida vai empolgar e nos empurrar até o final. Estamos todos tranquilos. Muitos jogadores já passaram por momentos assim, de decisão.
 
Prestes a completar 15 anos de carreira, você disputará uma final de Libertadores. É um momento muito gratificante?
 
Nem tinha pensado nisso. Mas é gratificante chegar aos 15 anos de carreira me mantendo num nível muito bom. Quase todos os anos disputei finais, desde os 14 anos servi à Seleção Brasileira. É muito especial, pois estou competitivo, posso entrar para a história de mais um outro clube. Tudo isso me deixa muito feliz e sigo com a mesma cabeça de quando comecei no profissional, numa Libertadores, em 1998, pelo Grêmio.
 
Por que Belo Horizonte te contagiou tanto?
 
Difícil explicar. Cheguei a uma cidade diferente, onde nunca tinha ficado três dias sequer e recebi tanto carinho. Aqui fui abraçado por uma nação inteira, e em campo as coisas saíram bem.
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