Durante a derrota do Atlético para o Bahia por 2 a 1, no sábado (12), pela Série A do Campeonato Brasileiro, uma discussão entre o zagueiro Lyanco e o atacante Ademir ganhou destaque nas redes sociais por envolver a menção ao tema depressão. O episódio ocorreu durante o segundo tempo da partida, disputada na Arena Fonte Nova.
O tema ganhou repercussão no domingo (13), após o especialista em leitura labial Velloso divulgar um vídeo no qual é possível identificar os diálogos entre os atletas. Segundo a interpretação do conteúdo, Ademir teria usado a depressão como parte de sua fala contra Lyanco. O defensor do Atlético já havia relatado publicamente, em 2024, enfrentar dificuldades com a saúde mental, incluindo ansiedade e sintomas físicos associados.
“Você é um apelão do c*, irmão. Aí depois fica falando negócio de depressão. Abaixa a bola, irmão”, teria dito Ademir durante a discussão. Em resposta, Lyanco mencionou: “Você está falando que é depressão e ansiedade então? Não mistura as paradas”, segundo a interpretação de Velloso.
Diante da repercussão negativa, Ademir se pronunciou por meio das redes sociais. “Em momento nenhum busquei usar de uma doença para atingir alguém, muito menos desmereci sua importância. Sei o quão sério é o assunto depressão e como isso deve ser tratado com respeito e atenção, até porque na minha família tem um caso e sei bem quão sério é”, escreveu o camisa 7 do Bahia.
No mesmo texto, o atacante afirmou ter reagido após se sentir ofendido. “No momento em que fui ofendido sem motivo, mencionei o tema, falando sobre uma postura incoerente, no meu ponto de vista, de alguém que – de forma corajosa e louvável – levanta uma bandeira tão importante, e tem uma postura tão distinta fora de campo.”
Ademir concluiu o posicionamento pedindo desculpas. “Apesar de tudo o que aconteceu em campo, poderia não ter mencionado isso, então quero me desculpar de uma forma geral com todos que, de alguma forma, se sentiram ofendidos.”
Em setembro de 2024, Lyanco revelou que retornou ao Brasil por conta da luta contra a ansiedade. “Tem bastante tempo que tenho passado por isso. É um assunto muito sério e que as pessoas não entendem muito. O que sinto não é só na cabeça. Também sinto sintomas no corpo, achando que vou cair a qualquer momento, morrer…”, disse o zagueiro na ocasião.
Ele também relatou, na mesma entrevista, que tem recebido acompanhamento psiquiátrico e psicológico, além de fazer uso de medicação. “É um assunto delicado e que muitos acham que a gente entra em campo, que é um robô e tem que fazer o que eles querem”, declarou após partida contra o Fluminense pela Libertadores.
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