Conversa com Bial

Em entrevista para Pedro Bial, Hulk fala de Atlético e relação com Cuca; confira melhores momentos

Da redação
esportes@hojeemdia.com.br
27/05/2022 às 15:45.
Atualizado em 27/05/2022 às 15:56
 (Reprodução/Globoplay)

(Reprodução/Globoplay)

O atacante do Atlético Hulk participou do programa “Conversa com o Bial”, da TV Globo”, nessa quinta-feira. O jogador falou sobre a infância difícil em Campina Grande, na Paraíba, em que ajudava os pais na feira, o início no futebol e a comparação com o personagem dos quadrinhos “Incrível Hulk”, que virou o codinome do jogador. Ele relembrou a saída do Brasil ainda garoto, aos 15 anos para jogar em Portugal, a transferência milionária para o Zenit, da Rússia e as dificuldades em morar fora do país por 15 anos. 

Veja os melhores momentos da entrevista de Hulk para o Bial: 

Retorno para o Brasil e carinho no Galo 

“Eu poder voltar ao Brasil depois de tantos anos jogando lá fora, e poder receber todo esse carinho e ser muito bem recebido aqui na Cidade do Galo, em Belo Horizonte, em Minas Gerais, melhor dizendo. Onde eu saio aqui, sou muito bem recebido, todos os meus familiares. Então é um estado, uma cidade que entrou no meu coração e eu sou muito grato. É sem palavras pra poder retribuir tanto carinho que eu recebo aqui.” 

Experiência 

“Inclusive até uma das conversas minhas com o Cuca, no ano passado, que melhorou muito pra mim poder jogar próximo do gol. Então, o Cuca foi fundamental nesse ano passado. A experiência vai te dando inteligência de jogo, a experiência vai te dosando a piques desnecessários, ‘eu não tenho que dar aquele pique porque vai ser desnecessário, então vou dosar para que no outro eu consiga estar 100%’.” 

Relação com Cuca

“Quando ele falou isso comigo foram em duas situações. Uma, da minha chegada ao Brasil, ele falou que não era fácil, que eu vinha de um futebol totalmente diferente, com pouca intensidade, eu tinha jogado pouco e realmente tinha jogado, devido a pandemia. Eu falei assim: ‘quem foi o melhor jogador do Brasileiro ano passado, no caso 2020? Ele falou: ‘foi o Marinho’. Eu falei: ‘mas o Marinho jogava onde antes? Na China. Então, professor, eu acho que é um pouco contraditório isso aí.” 

Episódio em que fez o treinador “pagar língua” 

“Aí teve esse episódio do treino, que ele chegou pra mim e falou assim: 'você tem menos qualidade técnica, então faz o simples’. Eu falei: ‘professor, isso prova que a gente não se conhece, você não conhece meu futebol, você vai passar a conhecer meu futebol’. E teve um jogo dois dias depois, e teve alguns jogadores que escutaram isso. Aí no jogo, no Independência pelo Brasileiro, eu dei cinco toques de letra. Os caras chegavam assim brincando: ‘não faz isso que você não tem técnica, não faz isso’, zoando, sabe. Mas assim, foi o começo com o Cuca, depois eu passei a conhecer o Cuca, sabia lidar com ele. Ele é um cara, ele tem o estilo dele. A gente teve uma discussão só no ano passado, e depois, graças a Deus, deu tudo certo, a gente foi campeão. Desejo tudo de melhor pra vida dele. Conheci a mãe dele, uma pessoa espetacular, que vinha aqui e me abraçava. Então, eu desejo tudo de melhor nesse mundo. Foi um cara que foi muito importante pra mim nesse ano.” 

Relação com o gol e com o Mineirão

“Quando você está mais próximo do gol, às vezes, ele se torna maior ou menor. Quanto mais próximo do goleiro, o gol vai se tornando menor. Aí é onde entra a experiência, a frieza, de você poder tomar as melhores decisões. Mas eu venho sendo muito feliz. O Mineirão é uma casa onde eu vivi um dos piores momentos no futebol. Hoje é a minha casa, onde eu amo jogar, onde eu gosto de estar.” 

O 7 a 1 de Brasil e Alemanha na Copa de 2014

“Quando estava 0 a 0, eu lembro que tivemos muito próximos de fazer 1 a 0. Não conseguimos fazer o gol e logo de imediato, começou. A gente olhava um pro outro e eu te juro, chegou um momento ali que eu achei que estava tendo um pesadelo, entendeu. ‘Eu não estou vivendo isso aqui, será que eu vou acordar daqui a pouco’. Até hoje eu lembro que no final do jogo era um ambiente de velório, no vestiário, ninguém conseguia falar nada, era só o pessoal chorando, ninguém conseguia botar o outro pra cima. Foi complicado.”

(...)

“A gente tinha tanta confiança no nosso grupo, que a gente achava que ia virar, vamos pra cima. Se você me perguntar o que passou, eu vou morrer e não vou conseguir responder o que passou. É inexplicável, é uma situação que você não consegue explicar o que aconteceu.” 

Volta para o Brasil e proposta do Tottenham

“Muitos usam assim, quando o atleta volta para o Brasil, que só voltou para ganhar dinheiro. Mas tem muitos atletas que às vezes abdica de ganhar mais e só quer voltar para o seu país. Antes de eu fechar com o Galo, eu tive inúmeras propostas para ganhar muito mais do que eu ganho no Atlético. E eu vim porque eu queria estar perto dos meus familiares, eu fiquei nove meses sem ver meus filhos, devido a pandemia, eles não podiam viajar para a China, eu não podia sair da China naquele momento. Então, foi uma coisa que pesou bastante. A única proposta que realmente tinha pesado para eu ir, que eu tinha dado sim, foi da Inglaterra. Tinha uma proposta do Tottenham, o Mourinho tinha dado ok, e devido as regras, por eu estar jogando na China, muito tempo sem jogar na seleção brasileira, eu não poderia jogar na Inglaterra. Os advogados tentaram ver se tinha uma brecha, não conseguiram. Então, foi a proposta que eu teria aceito.” 

Desconfiança 

“Eu vim para o Brasil com muita desconfiança. É normal quando você vem pela contratação, por tudo que esperam de ti, e no futebol é isso, eles querem que você prove hoje. Às vezes eu ouvia repórter falando as minhas características e pensava: ‘será que eles estão falando de outro jogador?’ Então eu via que eles não conheciam mesmo o jogador, não acompanhava. O que é natural, pelas ligas que eu joguei. Todo mundo ficou muito surpreso com meus números ano passado, e é até engraçado que eu via repórteres falando que eu vivia o melhor momento da carreira. Nem de longe, nem de longe o melhor momento.”

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