Em Marrakesh, atleticanos lamentam o fim do sonho do Mundial

Gláucio Castro - Hoje em Dia
18/12/2013 às 23:21.
Atualizado em 20/11/2021 às 14:54
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

Faltavam explicações, sobravam lágrimas. A derrota do Atlético por 2 a 1 para o modesto Raja Casablanca, do Marrocos, parecia inacreditável. E piorou. Teve o terceiro, quase uma goleada. “Verdade???”, perguntava uma torcedora, que já deixava o Grande Estádio de Marrakesh, decepcionada com o que presenceava.   De sensação na cidade do Norte da África nas últimas semanas, o Galo vai amanhecer hoje de cristas baixas. Além da desclassificação precoce, a derrota para os donos da casa acabou com o sonho de enfrentar a maior sensação do futebol mundial na atualidade: o Bayern de Munique, que a partir de hoje deve assumir as chaves de Marrakesh, como novo dono do pedaço.   Lembrou o Mazembe, talvez o Maracanaço. A classificação dos marroquinos surpreendeu. Era algo inacreditável até o encerramento da partida. “Faltou raça, vontade de ganhar e entrega, coisas que o Raja teve de sobra”, desabafou Márcia Regina, 60 anos, moradora do Bairro Ipiranga, em Belo Horizonte.   O filho, Rony Augusto, 31 anos, que vive em Brasília, arriscou até uma análise tática para tentar explicar o que o técnico Cuca e seus comandados levarão muito tempo para entender. “O toque de bola, principal característica do Atlético, foi ineficiente. Além disso, o Tardelli não estava bem. Tinha que ter sido substituído no intervalo”, ponderou.   Enrolado na faixa que mandou fazer em Belo Horizonte “O Horto é aqui” e exibia com empolgação antes da partida, Ricardo Foureaux, do Jardim dos Pirineus, na Região Oeste da capital foi enfático. “A verdade é que o Atlético não sabe jogar longe do Independência. É simples assim”, resumiu. “Foi assim na Libertadores inteira. É um time medroso”, completou desolado.   Enquanto os marroquinos faziam festa do gramado, alguns pedindo até a chuteira de Ronaldinho Gaúcho para guardar de lembrança, os atleticanos, que tiveram força para permanecer no estádio, assistiam às cenas atônitos, calados, enquanto recolhiam faixas e bandeiras. Muitos não contiveram as lágrimas. “Chorar faz parte. Futebol é assim. Mas é difícil de aceitar essa desclassificação para o Raja”, lamentou o economista André Rocha, do Jaraguá, em Belo Horizonte.   "O Atlético simplesmente não jogou. Achou que ia chegar a vencer quando quisesse. Não acreditou no Raja. Não lembrou que o futebol tem surpresas. Faltou humildade. Mas ano que vem tem mais”, projetou Carlos Eduardor, que deixou o Bairro Serra em Belo Horizonte sonhando em voltar com mais um caneco para a galeria de Lourdes.

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