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Ex-companheiro revela que Ronaldinho quase deixou o Atlético em 2012 por divergência com Cuca

Alecsander Heinrick
esportes@hojeemdia.com.br
12/01/2023 às 15:55.
Atualizado em 12/01/2023 às 16:02
Cuca e Ronaldinho conquistaram juntos a Libertadores pelo Galo em 2013 (Bruno Cantini)

Cuca e Ronaldinho conquistaram juntos a Libertadores pelo Galo em 2013 (Bruno Cantini)

O Atlético viveu entre 2012 e 2014 uma período mágico da sua história com direito a Vice-Brasileiro e títulos da Libertadores e da Copa do Brasil. O líder desse período era simplesmente Ronaldinho Gaúcho. No entanto, o jogador quase deixou o clube antes que pudesse ajudar o Galo a alcançar esses objetivos.

Zagueiro do Atlético em 2012 e em 2013, o agora ex-jogador Rafael Marques revelou, em entrevista ao Charla Podcast, que Ronaldinho Gaúcho chegou a abandonar o CT após uma divergência com o técnico Cuca, e que só voltou após uma reunião entre o camisa 10, os líderes do elenco, o treinador e o presidente Alexandre Kalil.

Segundo Rafael Marques, Cuca e Ronaldinho se desentenderam na sexta-feira, que antecedeu o duelo contra o Fluminense em 2012, jogo que era considerado o mais importante do campeonato naquela altura, já que ambos brigavam pelo título. Após o desentendimento, R10 (na época R49), pegou seu carro e foi embora do CT.

“A gente está no rachão, de manhã. O Cuca reúne o grupo e explica o que aconteceu. Todo mundo pensou “sem o homem não dá”. Fizemos o rachão. Quando acabou, os líderes do grupo se reuniram e falamos “temos que resolver isso”. A gente não podia decidir sem ele, era impossível. Ele tava fazendo coisas que as pessoas duvidavam, em uma fase que ninguém acreditava mais nele. Nós víamos que ele estava feliz (no Atlético)”, disse o jogador ao contar que os líderes do grupo foram até a sala de Cuca conversar com o treinador.

Rafael Marques e Ronaldinho juntos em um treinamento do Atlético (Bruno Cantini)

Rafael Marques e Ronaldinho juntos em um treinamento do Atlético (Bruno Cantini)

Rafa Marques conta que após as conversas com Cuca, o treinador aceitou dialogar com Ronaldinho. Os jogadores então conseguiram contato não só com o craque como também com o presidente da época, Alexandre Kalil. Todos se reuniram em uma sala na Cidade do Galo e o zagueiro revelou que o treinador foi quem falou primeiro, dizendo tudo possível, inclusive coisas pesadas sobre R10, que ouviu tudo calado. Após isso, Kalil foi quem pediu a palavra:

“O treinador falou, explicou, eu entendi tudo, ele tem razão em algumas coisas e outras não, mas eu sou o presidente e quem manda aqui sou eu. Lembro do dia em que peguei um avião e fui a Porto Alegre conversar com você e seu irmão, olhei nos seus olhos e perguntei se você queria ir pro Atlético jogar futebol ou fazer as coisas que você faz. Você assumiu o compromisso comigo de que você iria fazer o seu melhor e eu estou aqui hoje falando essa história pra mostrar pra todos que você tem um compromisso. O Atlético precisa de você e você precisa do Atlético. Ou você muda, ou então você pega suas coisas e segue seu caminho”, disse Alexandre Kalil, segundo Rafael Marques.

Após as falas do presidente, o zagueiro revelou que Ronaldinho pediu desculpas à todos, mas destacou que, para ele, era muito difícil começar a concentração para jogos de domingo em uma sexta-feira, alegando que “não conseguia e era algo horrível” para ele ficar 72 horas concentrado.

Com a situação controlada, o Atlético foi para o jogo e saiu vencedor por 3 a 2, com direito a uma assistência de Ronaldinho no último lance, para o gol de Léo Silva que garantiu a vitória. O Galo acabou sendo vice-campeão naquele ano, mas R10 seguiu no clube e levantou a Libertadores no ano seguinte.

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