(Carlos Rhienck)
A primeira impressão que os gêmeos João Paulo e Paulo Henrique Andrade, de 21 anos, tiveram de Marrakesh, sede do Galo no Mundial, não foi boa. A lembrança que eles têm de 2011, quando visitaram a cidade marroquina, é do sofrimento pela luta do Atlético contra o rebaixamento no Brasileiro.
Mas, agora, os irmãos podem escrever uma nova história em suas vidas. Eles embarcam no próximo domingo para acompanhar o time alvinegro em sua maior batalha.
“Passamos dois dias lá (em 2011) e não gostamos. Se não fosse pelo Atlético, eu não voltaria. Naquele ano, quando fomos pela primeira vez, nem nos nossos melhores sonhos poderíamos imaginar que voltaríamos para ver o Galo brigar pelo título Mundial. Pensar isso era algo muito distante da nossa realidade, já que o time nem disputava Libertadores”, diz Paulo Henrique. Presenteado pelo pai, ele viajará ao lado do irmão.
Ambos colecionam camisas do Atlético e, juntos, somam cerca de 40. Várias estarão na mala, algumas como “amuleto”. Uma, a da temporada de 2005 (ano da queda à Série B), não será levada. “Depois daquele ano, nunca mais a tirei do armário”, ressalta João Paulo. Ele está ansioso para viajar. “A gente espera que Marrakesh se torne a cidade da glória do Galo. Vai ser inesquecível e me sinto privilegiado por poder presenciar isso”, afirma.
No quarto dos gêmeos há bandeiras, flâmulas e até o Estatuto do Clube Atlético Mineiro sobre a escrivaninha. A paixão desmedida pelo time eles herdaram do avô, de 84 anos, que por problemas cardíacos está proibido de assistir os jogos. “Mas ele é teimoso”, entrega um dos netos.
Preocupação com algum adversário? Nenhuma. “Não existe nem melhor nem pior, mas quem tem mais vontade de vencer”, argumenta Paulo Henrique.