ASSUNÇÃO – Atual tricampeão mineiro por Atlético (2012 e 2013) e Cruzeiro (2011), o técnico Cuca afirma que nem se incomoda mais com aqueles que o criticam pelo fato de ainda não ter em seu currículo um título de maior expressão. Contratado para livrar o Galo de um segundo rebaixamento à Série B, em 2011, este curitibano de 50 anos pode dar nesta quarta-feira (17) à noite um passo decisivo para começar a mudar sua história e a do próprio clube.
Às 21h50, o time mineiro entra no estádio Defensores del Chaco, em Assunção, para encarar o Olimpia, do Paraguai, na partida de ida da final da Copa Libertadores 2013. É o primeiro duelo da batalha de 180 minutos que vai apontar o campeão da mais importante competição de clubes das Américas.
Conhecido por sua característica motivacional, amuletos não faltam para o jogo. Entre palavras de incentivo e vídeos que serão exibidos com as demonstrações de carinho dos torcedores alvinegros, um é especial. A bola utilizada no pênalti salvador que o goleiro Victor pegou nos instantes finais da partida contra o Tijuana, do México, nas quartas de final.
Como o Atlético já abusou da sorte nessa Libertadores, o que os torcedores mais esperam – e jogadores defendem – é a mudança de postura nesta noite. “Não podemos entrar em campo com sono, como contra o Newell’s”, prega Diego Tardelli. “Temos de fazer nossa parte e voltar com um bom resultado”, avisa Jô.
Todos sabem que, quando a bola rolar, a pressão será grande. Os torcedores do Olimpia esgotaram os ingressos e mais de 30 mil vão empurrar o time contra o Galo. Por isso, Cuca tem trabalhado também o lado psicológico dos atletas.
Praticamente dois anos depois de chegar ao CT de Vespasiano, cercado de desconfiança, principalmente pela passagem pelo rival Cruzeiro, o treinador vive o melhor momento no clube. No ano passado, esteve muito perto de levar o Galo ao título de campeão brasileiro. Bateu na trave. O time patinou em partidas decisivas, principalmente fora de casa, e ele acabou, mais uma vez, como vice, o que já tinha acontecido em 2010, com o Cruzeiro.
Antes, em 2009, no Fluminense, o primeiro título continental ficou no quase, ao perder a final da Copa Sul-Americana para a LDU, do Equador. A marca nas Laranjeiras foi salvar o Tricolor do rebaixamento, quando matemáticos previam 99% de chances de queda.
O time de melhor campanha na fase de grupos nunca venceu a Libertadores, o Atlético carece de grandes títulos e Cuca é tratado como pé-frio. Um bom resultado do Galo nesta quarta-feira (17), em Assunção, pode ser o início de uma nova história no mundo da bola.
*Enviado especial