Quando a voz do locutor ecoou por São Januário, muitos duvidaram das suas palavras: “O público pagante é de 703 torcedores”. No gramado, o campeão brasileiro Fluminense batia o Macaé, por 3 a 1, há quase duas semanas, no Campeonato Carioca. Pelo Paulistão, no último dia 24, somente 12 mil pessoas pagaram ingresso para ver o clássico entre Santos e Palmeiras, no Pacaembu.
Definitivamente, os grandes estaduais perderam a graça. As fórmulas ultrapassadas e as partidas de baixo nível técnico deixaram os estádios às moscas, neste primeiro semestre. Com isso, voltou-se a cogitar a Copa Sul-Minas e o Torneio Rio-São Paulo.
Dos gramados mineiros vêm a exceção. Nem tanto pelos confrontos em si, mas por conta da empolgação de atleticanos e cruzeirenses.
Ainda sob o efeito Ronaldinho Gaúcho, a Massa não se cansa de apoiar o time – que também realiza campanha irreparável na Copa Libertadores –, no Independência, durante o Regional.
O remodelado Mineirão embala a presença da China Azul. Após três anos em obras para a Copa das Confederações e do Mundo, a arena desperta a curiosidade dos estrelados. Como o rival Galo manda seus confrontos no Horto, o clube fez do tradicional “palco” a sua casa, o que reforça a identificação e o interesse.
Dupla em alta
A consequência é a alta média de público da dupla no Mineiro. O Atlético, contabilizada a metade dos 52.989 pagantes do clássico contra o Cruzeiro, registra mais de 16 mil alvinegros por duelo.
Considerando-se apenas os confrontos no Independência, o índice chega aos 14 mil, ou seja, 67% da capacidade do estádio.
A Raposa também não decepciona. Incluído o encontro com o mandante América – que teve participação esmagadora dos cruzeirenses – a equipe da Toca garante 21,6 mil torcedores por jogo. Assim, a taxa de ocupação do Mineirão supera os 35%.
Para ter uma ideia, Botafogo, Vasco e Flamengo colocam, cada, cerca de 7 mil pessoas no Carioca. No Paulista, as médias de São Paulo (11,4 mil), Palmeiras (8 mil) e Santos (10,9 mil) se mostram irrisórias. O mesmo acontece com Grêmio e Internacional (juntos, com 7 mil) no fracassado Gauchão.
Em Minas, Galo e Raposa são responsáveis por 70,6% de todo o público do Estadual. Os números demonstram o abismo em relação os concorrentes do interior.
No encontro do Nacional e América-TO, na Arena Kickball, em Patos de Minas, por exemplo, o borderô apontou 57 pagantes, em 2 de março, pela quarta rodada.
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