Autor de gol salvador do Galo há 15 anos, ex-goleiro Eduardo diz: 'Parece que foi ontem!'

Henrique André
hcarmo@hojeemdia.com.br
23/07/2018 às 14:36.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:33
 (Divulgação)

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Torcida impaciente, mais uma vitória escapando das mãos e a situação do Atlético se agravando no Campeonato Brasileiro, até que, aos 46 minutos do segundo tempo, na última oportunidade, o goleiro alvinegro se aventura no ataque, aproveita cobrança de escanteio e faz o gol do triunfo. Esta história, que poderia estar presente num livro de ficção, de fato aconteceu, há exatos 15 anos, e até hoje acompanha o protagonista Eduardo Allax.

Tendo Marcelo Oliveira como treinador interino, o Atlético precisava de todas as formas derrotar o Juventude, no "Velho Mineirão". Contudo, os gaúchos fizeram jogo duro e venderam caro à derrota. Quando Lúcio Flávio partiu para a cobrança do escanteio, parte dos 12.696 torcedores já se preparava para deixar a arquibancada e se dirigir para casa com mais uma frustração. Era o último lance do jogo.

"Quando eu passei pelo Scheidt (zagueiro), ele me chamou de maluco porque afirmei que faria o gol. Falei com o Lúcio Flávio para bater no primeiro pau que eu ia lá. O Fábio Jr. ficou até chateado que eu tirei a bola que ele ia fazer o gol. Ele disse que ia fazer né? (risos). Mas foi um momento mágico", relembra Eduardo, de 41 anos, ao Hoje em Dia.

Impressionado com a velocidade do tempo, o ex-arqueiro do alvinegro se assustou quando procurado pela reportagem. Ele mal fazia ideia de que de lá para cá, tantos anos haviam se passado.

"Como que pode? Parece que foi ontem! Eu não imaginava que havia passado tanto tempo. Comemorei demais a Libertadores (2013) e a Copa do Brasil (2014), mas ainda não vimos o Galão ser campeão brasileiro, hein? PQP!", comenta. 

Naquela ocasião, Eduardo acabara de retornar ao time. Com Celso Roth, ele havia perdido espaço para o companheiro Veloso. O gol, mágico, serviu para retribuir a confiança dada pelo interino Oliveira.

"Jogar no Atlético é isso. É raça, é disposição e superação. E a torcida exige isso. É muito gostoso. Não tive nenhuma identificação com nenhum clube como no Atlético. A vontade de jogar e de todo dia entrar em campo era gigante. Como nunca tive em outro lugar", revela o hoje treinador.

Finalista da Taça Guanabara no comando do Boa Vista, Eduardo segue firme na nova carreira e espera figurar entre os principais do país; tendo como espelho Abel Braga e Muricy Ramalho, ele fez estágios e afirma estar "gostando desse papo de treinador".

"Sempre liderei minhas equipes em campo. Agora tô começando a achar que sou bom nisso aí (carreira de técnico)", brinca.

Questionado se gostaria de ter uma oportunidade do Atlético, ele não pensa duas vezes para responder. Retornar ao clube, agora numa nova função, para ele seria a realização de um sonho.

"Pra mim seria um aprendizado e uma alegria diária fazer parte do Atlético. É um ótimo estágio remunerado. A tendência do futebol é os clubes conhecerem mais os seus treinadores e eles entenderem a história do clube. É ter mais identidade. Num futuro próximo vai acabar esse troca-troca de técnicos", finaliza. 

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