Bagunça organizada parte II: Cuca 'repete' em 2021 fórmula de sucesso do ataque de 2013

Thiago Prata
@ThiagoPrata7
26/05/2021 às 12:13.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:01
 (Bruno Cantini/Atlético Pedro Souza/Atlético)

(Bruno Cantini/Atlético Pedro Souza/Atlético)

Após cinco vitórias e 16 gols marcados nos cinco primeiros jogos do Atlético na Libertadores de 2013, Ronaldinho Gaúcho revelou qual era o segredo para o sucesso inicial do Galo e que perpetuaria até a concretização do título: “Nosso time é uma bagunça organizada”. A frase, em entrevista ao SporTV, veio seguida de uma explicação: “A gente tem liberdade para bagunçar quando estiver com a bola, e sem a bola, cada um cumpre uma função. (...) O segredo é nos deixar à vontade para fazer o que a gente gosta”. Algo que volta à tona em 2021, com discursos semelhantes, por parte de Cuca e Hulk.

Com a goleada por 4 a 0 em cima do La Guaira, nessa terça-feira (25), o Atlético consolidou a melhor campanha na fase de grupos – com 16 pontos, um a mais do que obteve em 2013. E um dos fatores fundamentais para o excelente desempenho é justamente essa liberdade de seus atletas de frente, como atesta o camisa 7 e um dos artilheiros do torneio, com seis gols.

“O professor Cuca nos dá total liberdade para baixar (de linha) para jogar e atuar em outras posições. São jogadores de qualidade, e temos liberdade. Nos deixa mais fortes ainda. (...) Com toda humildade do mundo, estou feliz com meu desempenho, me soltando e ficando mais confiante. Vim para um grande clube, um grande elenco. As coisas estão saindo naturalmente”, comentou Hulk.

As semelhanças das falas de R10 e do Vingador se ilustram dentro de campo. Se em 2013, Bernard, Tardelli, Ronaldinho e Jô alternavam seus papeis, situações similares ocorrem com o novo quadrado alvinegro titular, atualmente formado por Nacho, Hulk, Savarino e Keno. Jogadores fundamentais para a equipe ter marcado 15 tentos, um a menos que o clube conseguiu na fase de grupos de oito anos atrás.

Força do elenco

Outro fator se repete: a quantidade de opções ofensivas que não se restringe ao time titular. Em 2013, Cuca tinha à disposição atletas como Luan, Guilherme e Alecsandro, caso fosse preciso alterar um panorama adverso, como se deu na partida de ida das quartas de final, contra o Tijuana (Luan fez o gol do empate em 2 a 2), e no duelo de volta das semifinais, ante o Newell’s Old Boys, no triunfo por 2 a 0 (Guilherme saiu do banco para anotar o gol que levou a decisão da vaga para as penalidades).

"Todas as posições têm dois ou três jogadores que podem se manter no mesmo nível. Mesmo trocando jogadores, a gente mantém o ritmo de jogo”, afirmou Ronaldinho àquela época.

Hoje, o treinador vê Marrony, Vargas e Sasha como alternativas quando necessário. “Se não tiver organização, trabalho, competitividade, se esses guris (reservas) não estivessem treinando com afinco, iriam jogar mal. Eles foram chamados e mostraram que estão aqui. Isso que nos faz crescer. Mérito de todos eles, que estão se entregando e trabalhando. Está subindo todo mundo de condição”, disse o comandante.

Na atual edição, os gols do Alvinegro foram marcados por Hulk (6), Savarino (2), Vargas (2), Zaracho, Keno, Marrony, Arana e Nathan.Bruno Cantini/Atlético Pedro Souza/Atlético

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