Baseado no Cruzeiro, investigação da Kroll no Atlético, de Kalil a Sette Câmara, pode custar milhões

Alexandre Simões
@oalexsimoes
30/05/2020 às 14:40.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:38
 (Bruno Cantini/Atlético)

(Bruno Cantini/Atlético)

Sem a bola rolar, a empresa Kroll, especializada em investigação, compliance, gestão de riscos de segurança, segurança cibernética e due diligence, entrou em campo no futebol mineiro ao passar a limpo grande parte da administração de Wagner Pires de Sá no Cruzeiro, que durou apenas dois anos (2018 e 2019). Agora, ela volta a ser destaque com o anúncio de Sérgio Sette Câmara que ela foi contratada pelo Atlético.Bruno Cantini/AtléticoDepois do Cruzeiro, agora é a vez de o Atlético apostar nos serviçoes de investigação da Kroll, uma das empresas referência no mundo neste tipo de serviço

“Tenho muita tranquilidade com relação aos meus números e da minha gestão. Tanto é que eu acabei de contratar outra auditoria, chamada Kroll. A mesma que levantou uma série de irregularidades lá no Cruzeiro. Nós também contratamos ela agora. E vamos, obviamente, disponibilizar todos os números da minha gestão. Mas vamos dar uma olhadinha no passado, para que a gente possa identificar irregularidades e outras questões que possam esclarecer por que o Atlético chegou a esse nível de endividamento”, revelou Sérgio Sette Câmara em entrevista ao repórter Thiago Reis, da Rádio Itatiaia, na última sexta-feira (29).

A revelação do dirigente foi no momento em que ele falava sobre o vazamento do balanço de 2019 do Atlético, que está apenas com os cinco integrantes do Conselho Fiscal do clube, mas que na última quinta-feira (28) foi revelado pelo jornalista Rodrigo Capelo, do Globoesporte.com.

O vazamento, e a contratação da Kroll, são claramente as duas últimas ações da briga política que vive o clube, em ano eleitoral e que deve ter o grupo de Alexandre Kalil disputando a presidência com a ala que está ao lado de Sérgio Sette Câmara e conta, entre outros, com os dois maiores patrocinadores do clube, o empresário Rubens Menin (MRV), e o banqueiro Ricardo Guimarães (BMG).

Custos

Com base no trabalho feito no Cruzeiro, pode-se afirmar que o Atlético terá de separar alguns milhões de reais para pagar a investigação da Kroll se ela pegar as gestões de Sette Câmara, Daniel Nepomuceno e Alexandre Kalil por completo. Dificilmente isso acontece, pois o contratante sempre direciona a área de atuação da contratada, até por causa do valor do serviço, que é caro.

No caso do Cruzeiro, foram investigados entre 60 e 70% dos atos em dois anos de Wagner Pires de Sá e a conta se aproximou do meio milhão de reais, segundo um integrante do Conselho Gestor que comandou o clube por pouco mais de seis meses.

Outro integrante deste mesmo Conselho Gestor revelou: “limitamos o escopo em função da nossa capacidade de pagamento”. Quem pagou a conta foi um empresário cruzeirense, que financiou a investigação em troca de ações comerciais apoiadas pelo clube.

O Atlético não revelou ainda qual será o período e o que pretende que a Kroll investigue. De toda forma, se retroagir até os dois mandatos de Alexandre Kalil, serão 12 anos.

Na Kroll, o escopo é definido em cojunto com o cliente, mas a investigação é independente. Segue metodologia própria e é livre de qualquer direcionamento por parte de quem contrata. Por isso, os relatórios da empresa têm tanta credibilidade, a ponto de o Cruzeiro apostar nele, por exemplo, para tentar receber um segura contra gestão temerária no valor de R$ 20 milhões.

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