Bebidas alcoólicas voltam a ser vendidas nos estádios da Bahia

Felipe Torres* - Hoje em Dia
18/02/2014 às 09:52.
Atualizado em 20/11/2021 às 16:06
 (Ulisses Dumas/Estadão Conteúdo)

(Ulisses Dumas/Estadão Conteúdo)

Vender ou não bebidas alcoólicas nos estádios do país? Desde que a CBF publicou a resolução que proibiu o consumo nas arenas, em 2008, a questão rendeu uma série de discussões. Torcedores, políticos e iniciativa privada ainda divergem se o veto à tradicional “cervejinha” na arquibancada é mesmo um eficaz instrumento contra a violência.

No último fim de semana, a polêmica ganhou um novo capítulo, que será fundamental para conclusões. O governador da Bahia, Jaques Wagner, sancionou projeto de lei que libera a comercialização de bebidas alcoólicas nos estádios locais. A decisão foi publicada no Diário Oficial do Estado de sábado.

Para completar, o texto da norma acabou sendo menos restritivo do que o aprovado pela Assembleia Legislativa.
O projeto previa apenas a venda de bebidas de teor alcoólico de até 20%, e os torcedores só podiam comprar os produtos uma hora e meia antes dos jogos. Além disso, os bares parariam de ofertar meia hora antes do apito final.

Com os vetos do governador, a liberação da venda começa duas horas antes do início das partidas, sem limite para o encerramento. Não há restrição quanto ao teor alcoólico.

Reação contrária

Publicada a resolução, a Polícia Militar e o Ministério Público logo reagiram de forma contrária. O promotor de Justiça Olímpio Campinho afirma que a lei atende aos interesses econômicos das cervejarias, sobretudo o Grupo Petrópolis.

A empresa detém exclusividade de venda na Arena Fonte Nova, em Salvador, por dez anos. A exclusividade é resultado de um contrato de naming rights, assinado com o governo baiano, no qual a cerveja Itaipava passou a dar nome ao estádio baiano.

O Governo da Bahia recebe R$ 10 milhões anuais da cervejaria como contrapartida.

Já o autor do projeto de lei, o deputado estadual João Bonfim, defende o consumo nas arenas com o argumento de que é mais seguro beber dentro dos estádios do que fora, como acontece antes das partidas.

Do outro lado, o deputado estadual Capitão Tadeu, autor de projeto pela proibição de bebidas nos locais, que tramita há três anos, garante que o consumo de bebida potencializa a violência.

“Não importa se o torcedor bebe antes do jogo. Se ele para de consumir a bebida assim que entra no estádio, o efeito do álcool vai reduzindo ao longo da partida”, discursa.

Vale ressaltar que, durante a Copa do Mundo de 2014, os torcedores poderão tomar suas cervejas durante os duelos. A exigência é da Fifa.

*Com agências  

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