Belo-horizontinas são escolhidas para integrar comissão exclusiva do futebol feminino no STJD

Henrique André
07/10/2019 às 13:47.
Atualizado em 05/09/2021 às 22:06
 (Arquivo Pessoal)

(Arquivo Pessoal)

(* Atualizada às 15h51)

Um time jurídico formado exclusivamente por mulheres, para julgar os casos do futebol feminino. Esta foi a ideia pensada e colocada recentemente em prática pelo Superior Tribunal de Justiça Feminia (STJD). Entre as integrantes da comissão, estão as belo-horizontinas Ana Luiza Ralil e Nathália Alvares Campos Fontão.

A novidade, divulgada no final do mês passado durante o 1º Seminário Nacional de Auditores da Justiça Desportiva, realizado no auditório da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), chega como passo importante para o fortalecimento da modalidade no país, conforme disse Paulo César Salomão Filho, presidente do STJD.

"A ideia é acompanhar a evolução do futebol feminino, que vem cada crescendo cada vez mais. O empoderamento feminino já é uma realidade. Essa comissão serve não só para fomentar o direito desportivo entre as mulheres, mas também pra engrandecer o futebol feminino", comentou Salomão.

Uma das escolhidas dentre as mais de 100 advogadas espalhadas pelo país que mandaram currículos durante o processo seletivo, Ana Luiza destaca a importância da Comissão. Para ela, derrubar o machismo ainda presente no mundo da bola é fundamental para o crescimento do futebol feminino no país.

"Sou defensora dativa da Comissão Feminina. É um cargo criado exclusivamente para a modalidade. Justamente por estar em ascensão e também pelo fato de as pessoas não darem a devida importância. Está sendo muito interessante, porque ainda existe muito machismo; alguns dizem que não jogamos futebol, por exemplo. Temos muitos projetos bacanas e a tendência é que haja um grande crescimento", conta Ralil.

Assim como Ana, Nathália acredita que a Comissão terá papel fundamental para ratificar a entrada da mulher no campo esportivo; jurídica e esportivamente falando. 

A decisão de criar uma comissão 100% feminina gerou uma certa polêmica, e fez burburinho nos bastidores. Muitas pessoas acham que a criação de uma comissão feminina para julgar exclusivamente mulheres seria mais uma forma de segregar, ao invés de promover a inclusão do gênero. Isso porque a comissão fica limitada ao futebol feminino, gerando questionamentos como: “as mulheres não são boas suficientes para julgar os homens (futebol masculino)?” ou “o futebol feminino não merece uma comissão disciplinar como todas as outras (mistas)?”, relata a procuradora.

"Eu, particularmente, acredito que a decisão de criar essa comissão foi sim para a inclusão. Acredito, ainda, que o Presidente do STJD aproveitou o cenário de crescimento do futebol feminino (ainda que por uma obrigatoriedade aos times masculinos) para introduzir mais mulheres no Tribunal", conclui.

Confira os nomes das mulheres componentes da comissão:

Gisele Amantino – Presidente
Dessiré Emmanuelle Gomes dos Santos (Ribeirão Preto/SP) - Auditora
Mariana Santos de Brito(RS) - Auditora
Alessandra Paiva - Subprocuradora-geral
Angela Cristina da Silva ( São José do Rio Preto/SP) - Procuradora 
Selma Fátima Melo Rocha (RJ) - Procuradora
Nathália  Alvares Campos Fontão (MG) - Procuradora
Priscila Yamamoto kuroiwa Japiassú (RJ) - Procuradora
Ketlen Roque dos Anjos (AM) -Procuradora
Juliana de Souza Camões  Revault (BA) - Suplente
Ana Luiza de Oliveira Ralil - Advogada dativaLucas Figueiredo/CBF 

Mulheres no TJD-MG

No Tribunal de Justiça Despotiva de Minas Gerais, apesar de ainda não haver uma Comissão exclusiva para o futebol feminino, várias mulheres integram a equipe jurídica; 17 ao todo.

"Apesar de ainda termos poucas mulheres atuando em Minas (hoje temos apenas 7 para o futebol profissional, e nenhuma delas integra o Tribunal PLENO), acredito que não haja necessidade de se criar uma comissão especial apenas para o futebol feminino", destaca Nathália, que é auditora na 4ª Comissão Disciplinar.

"Acho que mais importante do que criar essa comissão especial, é dar espaço para que mais mulheres possam integrar os cargos, quando vacantes. Mas não acho que esse preenchimento deva ser por quotas ou vagas específicas e sim por seleção. Fazendo isso, ambos os gêneros são oportunizados, e o critério de seleção é mais objetivo, profissional", finaliza.

Confira a lista completa da comissão do TJD-MG:

*PRIMEIRA COMISSÃO DISCIPLINAR
Helen de Fátima Prado Lanfredi de Nigris Boccalini

*SEGUNDA COMISSÃO DISCIPLINAR
Sandra de Moraes Ribeiro

*TERCEIRA COMISSÃO DISCIPLINAR
Diana Val de Albuquerque Silva

*QUARTA COMISSÃO DISCIPLINAR
Nathália Alvares Campos Fontão
Auditores Suplentes:
Mariana de Abreu Pimentel

*PROCURADORES DE JUSTIÇA DESPORTIVA
Subprocuradora-Geral - Adriene Silveira Hassen
Marcela Luz Santos

*DEFENSORES DATIVOS
Gabriella Sieiro dos Reis
Cassia de Andrade Paes Fernandes
Janes Caroline Gonçalves do Santos

*SERVENTUÁRIOS
Subsecretária TJD - Tayara Souza Vitor

COMPOSIÇÃO DAS COMISSÕES DISCIPLINARES - SETOR DE FUTEBOL AMADOR DA CAPITAL – 2019

*PRIMEIRA COMISSÃO DISCIPLINAR
Presidente - Rosângela Alves Ribeiro

*SEGUNDA COMISSÃO DISCIPLINAR
Raquel Rossi de Araújo

*TERCEIRA COMISSÃO DISCIPLINAR
Fernanda Fonseca Paes de Souza

*QUARTA COMISSÃO DISCIPLINAR
Sandrelise Gonçalves Chaves

Auditores Suplentes:
Renata Laudizia Frans de Oliveira Silva

PROCURADORES DE JUSTIÇA DESPORTIVA/ SFAC
Fabiana Coelho Simões
Fernanda Cristina Santos

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