Blatter se diz 'perplexo' com acusações, mas diz ter 'profunda fé na justiça'

Estadão Conteúdo
15/12/2015 às 17:54.
Atualizado em 17/11/2021 às 03:21
 (Fabrice Coffrini)

(Fabrice Coffrini)

Em carta endereçada a membros das 209 associações que compõem a Fifa, nesta terça-feira (15), o suíço Joseph Blatter se disse "perplexo" diante das acusações que enfrenta no Comitê de Ética da entidade. E afirmou ter "uma profunda fé na justiça", dois dias antes de se apresentar ao Comitê para fazer sua defesa.

Blatter costuma enviar aos associados da Fifa uma tradicional carta de fim de ano. Desta vez, porém, ele escreveu em condição incomum, por estar suspenso pela Fifa por 90 dias, em razão de pagamento suspeito ao francês Michel Platini, em 2011.

Na carta, o suíço diz que "embora esteja suspenso, não estou isolado e com certeza não serei silenciado". O documento é assinado com o emblema pessoal de Blatter, sem os símbolos dos documentos oficiais da Fifa. Ele deve reassumir a função de presidente, com pleno poder, em janeiro, ao fim da suspensão aplicada no início de outubro.

Para tanto, terá que ser liberado pelo Comitê de Ética. Membros do grupo já indicaram que o suíço pode levar uma longa punição por causa do pagamento a Platini. Blatter pagou US$ 2 milhões ao francês, atual presidente da Uefa, por serviços de consultoria prestados entre os anos de 1998 e 2002.

O pagamento levantou suspeitas porque só foi efetivado em fevereiro de 2011, três meses antes de uma eleição presidencial da Fifa, que Blatter ganhou. Segundo a acusação, o suíço teria feito o pagamento para afastar do pleito Platini, então com boas chances de vencer a eleição.

Blatter também é acusado de prejudicar as finanças da Fifa porque não registrou o pagamento em contrato formal e, portanto, não apresentou o valor nas planilhas da entidade. Segundo o suíço, houve apenas um "contrato verbal" no acerto dos serviços prestados pelo francês.

Platini também cumpre suspensão pelo envolvimento no caso, o que pode acabar com suas chances de se candidatar à presidência da Fifa, no pleito marcado para 26 de fevereiro de 2016. Ele já recorreu à Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês) para tentar reverter a punição, mas não teve sucesso.

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