Botafogo leva Taça Rio e é campeão carioca antecipado

Sílvio Barsetti e Leonardo Maia
05/05/2013 às 18:45.
Atualizado em 21/11/2021 às 03:25

O Botafogo iniciou o ano como um time contestado, cercado de dúvidas e divorciado de sua torcida, que pedia a saída do técnico Oswaldo de Oliveira antes mesmo da primeira partida da temporada. Tudo isso parece um passado distante, depois que a ótima campanha botafoguense culminou neste domingo (5) com o título antecipado do Campeonato Carioca - campeão dos dois turnos (Taça Guanabara e Taça Rio), evitou a disputa da final.

Neste domingo, no Estádio Raulino de Oliveira, em Volta Redonda (RJ), o Botafogo derrotou o Fluminense por 1 a 0 na final da Taça Rio. E, como foi campeão do segundo turno do campeonato, pôde comemorar também o 20º título estadual da sua história.

Assim, um grupo que questionado pelos seus próprios torcedores foi incontestavelmente o melhor time do Campeonato Carioca, melhor até mesmo do que o elenco estelar do Fluminense, que, diga-se, disputou a competição estadual dando prioridade à Libertadores.

"No início do ano, fui o jogador mais falado, comentado e quase fui embora do Botafogo. E fiz o gol do título", comentou Rafael Marques, que viveu muito tempo sob a sombra do então ídolo botafoguense Loco Abreu e sofreu com a perseguição da torcida, mas contou com a confiança de seu técnico.

Na Taça Rio, o Botafogo venceu os nove jogos que disputou, muitos deles de forma categórica, como os 5 a 0 sobre o Resende na semifinal. Até o resultado apertado deste domingo em nenhum momento pareceu sob risco concreto, até porque os botafoguenses jogavam pelo empate.

Liderados pela categoria e experiência do holandês Seedorf, pela juventude e atrevimento do uruguaio Lodeiro e pelas defesas seguras e a tranquilidade do goleiro Jefferson, o Botafogo foi uma equipe regular durante toda a competição, que cresceu justamente nos momentos decisivos.

Na fase eliminatória da Taça Guanabara, derrotou o Flamengo e o Vasco, que detinham a vantagem do empate na semifinal e final, respectivamente. O Botafogo os superou com garra e insistência. Neste domingo, a vantagem era botafoguense, e o time soube jogar melhor com ela do que os rivais.

O Botafogo não se acovardou ou não se encolheu em seu campo. Controlou o ritmo da partida como lhe conveio. Acelerou e diminui a velocidade do jogo de acordo com as necessidades, dando pouquíssimas chances ao Fluminense.

A decisão começou muito tensa. O nível da adrenalina dos jogadores estava alto, o que resultou em empurrões, safanões e troca de ofensas generalizadas. O árbitro Marcelo de Lima Henrique tentou deixar o jogo correr até que precisou intervir, distribuindo quatro cartões amarelos em poucos minutos de bola rolando.

Depois que os ânimos se acalmaram, a qualidade técnica das equipes pôde aparecer. Como seria de se esperar, o Fluminense tinha mais a posse de bola e procurava agredir. Mas não foram muitas as chances de gol. A melhor delas foi com Rhayner, que parou em boa defesa de Jefferson.

Na briga pela posse de bola no meio-de-campo, o jogo ficava muito restrito às intermediárias, com pouca penetração na área. Também porque os botafoguenses recuavam em busca da estocada sem risco. Aí, um lance um tanto casual resultou no gol do Botafogo. De muito longe, Lucas soltou um tiro sem direção, o zagueiro Dória tentou dominar e a bola sobrou para Rafael Marques. Com tranquilidade, ele tocou na saída de Diego Cavalieri e abriu o placar aos 41 minutos.

A segunda etapa tornou-se mais fácil para o Botafogo, depois do gol marcado no fim do primeiro tempo. Somou-se a isso o desgaste físico do adversário, que jogou sem Fred, Rafael Sóbis e Deco, todos lesionados. Na quinta-feira, o Fluminense jogou no Equador e foi derrotado pelo Emelec, pelas oitavas de final da Libertadores, voltando ao Rio apenas na sexta. Enquanto isso, os titulares botafoguenses ficaram no Rio descansando e treinando.

Diante do cansaço, houve uma queda de rendimento do Fluminense nos 30 minutos finais do confronto. O goleiro Jefferson não fez nenhuma defesa difícil no segundo tempo. Na verdade, foi o Botafogo que poderia ter ampliado. Aos 34, o árbitro marcou pênalti de Digão em Bolívar. Mas Seedorf bateu no alto e acertou a trave.

Seria, porém, apenas um tiro de misericórdia, que não se fez necessário, nem manchou a ótima campanha do craque holandês em seu primeiro título de uma competição no Brasil. O Campeonato Carioca ficou nas melhores mãos, do Botafogo campeão antecipado.

 
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