Uma nova Seleção, mas os mesmos problemas. Frágil na defesa e sem capacidade de lidar com a forte marcação adversária, a equipe canarinho foi derrotada pela Inglaterra por 2 a 1, nesta quarta-feira (6) no lendário estádio de Wembley, em Londres. Rooney e Lampard marcaram para o time da Rainha enquanto Fred descontou para o Brasil. Um triste revés logo paro o primeiro desafio de Felipão no comando tupiniquim.

Fica o alento que Fred continua o predestinado de sempre e que Oscar conseguiu dar mobilidade a um meio campo que era facilmente envolvido pela boa marcação armada Roy Hodgson. A Seleção precisa evoluir (e muito) para fazer frente aos grandes rivais, uma vez que a Inglaterra não está ainda neste patamar, já que também passa por mudanças em sua equipe. 

Vulnerável

Felipão deve ter se assustado com os primeiros 45 minutos da Seleção Brasileira frente à Inglaterra. Adiantando a marcação, o time comandando por Roy Hodgson soube neutralizar o meio-campo canarinho, que tinha o contra-ataque com Neymar e Oscar como sua única opção. Assim, os donos da casa foram dominantes na etapa inicial.

A primeira chance de real perigo ocorreu aos 10 minutos de jogo, quando Gerrard cobrou escanteio aberto pela direita. Rooney subiu mais que a zaga brasileira e cabeceou ao gol de Julio César, que salvou a Seleção com defesa parcial. Por sorte, o árbitro havia paralisado o lance acusando falta do atacante inglês em Ramires.

Aos 17 minutos, a Seleção Brasileira teve uma chance de ouro para abrir o placar, quando Ronaldinho cruzou da ponta esquerda acertando o braço de Wilshere. O árbitro português Pedro Proença apontou a marca do cal. Pênalti. O camisa 10 do Galo foi para a cobrança, mas parou em Hart. No rebote, o goleiro do City ainda evitou aquele que seria o primeiro gol da partida.  

Ronaldinho esbarrou no arqueiro Joe Hart (Foto:Adrian Dennis/AFP)

A Inglaterra tinha mais presença ofensiva, mas pecava quando agia pelo meio. Quando explorou a ponta, chegou com perigo com Wilshere, que recebeu na entrada da área aos 20 minutos e deixou Welbeck de frente para o crime, mas o atacante perdeu a boa oportunidade.

Aos 26, porém, não teve perdão. Após boa trama pelo meio, Walcott recebeu livre pelas costas de Adriano, mas esbarrou na boa saída de Julio César. O rebote, porém, foi parar nos pés de Wayne Rooney, que chutou rasteiro para o gol vazio para tirar o primeiro zero do placar. 1 a 0.

O Brasil ensaiou uma resposta aos 37 minutos, quando Oscar desceu pela direita em velocidade e cruzou para o miolo da área. A bola encontrou Neymar, que, de carrinho, não conseguiu converter a oportunidade em gol, e desceu para o vestiário ao lado de seus companheiros com o placar adverso.

Lampejo e monotonia

As mudanças na segunda etapa eram previsíveis, uma vez que seis eram permitidas, mas nunca foram tão necessárias. Como Luís Fabiano e Neymar não se entenderam, Fred tomou o lugar do camisa 9 do São Paulo. Ramires saiu para a entrada de Arouca e o R10 deu lugar a Lucas. Logo rolou a bola e ficou visívei que as modificações deram outra cara para o time, ainda que como um lampejo inicial.

Aos três minutos, após a bola voltar para o setor defensivo inglês, o time canarinho apertou a saída de bola. E como diz o ditado, “aperta que eles confessam”, Cahill perdeu a bola na intermediária na sequência da jogada. A pelota sobrou para o predestinado Fred, que chutou no canto de Hart para igualar o placar. 1 a 1. No lance seguinte, por pouco o camisa 9 do Fluminense não encontrou a rede da meta inglesa, ao acertar a forquilha.

Quando se esperava que a Seleção Brasileira iria tomar as rédeas da partida, o que se viu foi uma Inglaterra mais combativa, principalmente no meio. Descontente com a igualdade, o Time da Rainha subiu a linha defensiva e encurralou o adversário em seu campo. Assim, ensaiou duas boas jogadas em sequência, com Cahill e Walcott, que pararam em Julio César. Porém, aos 14 minutos, o arqueiro nada pôde fazer quando Lampard recebeu a bola na entrada da área e chutou forte para a meta canarinho. 2 a 1.

Nos minutos seguintes, o Brasil tentava a reação, mas esbarrava em suas limitações tanto de entrosamento, quanto de qualidade para sobrepôr ao rígido esquema inglês. Apesar de alguns lampejos, ficou a certeza de que Luís Felipe Scolari precisará trabalhar muito para dar uma nova cara para a Seleção Brasileira. E a mística de Wembley continua...

FICHA TÉCNICA

INGLATERRA 2 X 1 BRASIL

INGLATERRA: Joe Hart, Glen Johnson, Gary Cahill, Chris Smalling, Ashley Cole (Baines); Steven Gerrard, Tom Cleverley (Lampard), Jack Wilshere; Danny Welbeck (Milner), Theo Walcott (Lennon) e Wayne Rooney. Técnico: Roy Hodgson

BRASIL: Júlio César, Daniel Alves, David Luiz (Miranda), Dante, Adriano (Filipe Luís); Ramires (Arouca), Paulinho (Jean), Oscar, Ronaldinho (Lucas); Luis Fabiano (Fred) e Neymar. Técnico: Luiz Felipe Scolari

Gols: Wayne Rooney (aos 26' do 1º tempo); Fred (aos 3') e Lampard (aos 14 do 2º tempo)

Data: 6 de fevereiro de 2013

Motivo: Amistoso

Cidade: Londres (ING)

Estádio: Wembley

Árbitro: Pedro Proença (POR)

Auxiliares: Bertino Miranda (POR) e Tiago Trigo (POR)

Público: 87.453 pagantes

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