Brasil entra na reta final da Copa do Mundo apostando na força do polivalente Paulinho

Frederico Ribeiro - Enviado Especial
fmachado@hojeemdia.com.br
01/07/2018 às 20:38.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:07

SAMARA (Rússia) – Ele não é badalado como o quarteto ofensivo, mas briga com eles pelo posto de artilheiro da Era Tite. Não tem o poder de marcação dos jogadores da retaguarda, mas o sistema defensivo depende demais dele, principalmente na bola aérea. Neste momento em que entra na fase de mata-mata da Copa do Mundo, a Seleção Brasileira, que nesta segunda-feira (2) encara o México, às 11h, em Samara, pelas oitavas de final, precisa contar demais com o volante Paulinho, que sem exagero algum pode ser considerado a engrenagem que faz o time funcionar.

Homem de confiança de Tite, com quem ganhou tudo no Corinthians, antes mesmo de a bola rolar na Rússia Paulinho já dava uma prova de como o treinador acredita nesse seu potencial de ser curinga numa entrevista coletiva em Sóchi, cidade onde a Seleção está treinando.

“Eu já trabalhei com o professor Tite e em algumas das vezes ele pedia para eu ser mais organizado e deixar outro jogador com mais liberdade. Aqui isso aconteceu. Ele pediu que eu liberasse um pouco mais o Coutinho que é de uma qualidade impressionante”, declarou Paulinho em 13 de junho.

O homem para quem ele trabalhou para que pudesse jogar livre foi o melhor em campo nos dois primeiros jogos do Brasil nesta Copa. Na última partida da fase de grupos, contra a Sérvia, o prêmio dado pela Fifa estava nas mãos de Paulinho.

SEGREDO

E ter o camisa 15 jogando bem é um dos segredos dos quase dois anos de trabalho com excelentes resultados de Tite à frente da Seleção Brasileira.

Dos 23 jogos do treinador desde 1º de setembro de 2016, quando a Era Tite começou na Seleção Brasileira, Paulinho é quem mais esteve em campo.

Participou de 21 jogos, todos como titular, e as duas vezes que não jogou foi por suspensão, contra a Bolívia, nas Eliminatórias, e porque o treinador queria testar Giuliano em sua função num amistoso contra o Japão, no ano passado, quando a vaga na Rússia já estava assegurada.

Quando se pega a lista de artilheiros da Era Tite, só Gabriel Jesus e Neymar, que balançaram a rede dez vezes cada um, têm mais gol que ele, que divide o segundo posto nesse ranking com Philippe Coutinho, justamente o cara para quem ele vem “correndo” na Rússia a pedido do professor.

Um dos seis jogadores que disputaram a Copa do Mundo de 2014 e carregam na Rússia o carimbo dos 7 a 1, Paulinho não foge do assunto que sempre é colocado para ele.

“Pressão sempre vai existir na Seleção Brasileira. O que fizemos nesses quatro anos foi deixar o passado de lado, e agora em uma outra oportunidade. Assim é a vida, futebol é bom porque dá oportunidades muito rápido para você reverter o que fez”, garante Paulinho, que já tem quase uma resposta padronizada para quando é questionado sobre o vexame diante da Alemanha, no Mineirão, nas semifinais de 2014.

De toda forma, é melhor não duvidar de Paulinho quando ele fala em oportunidades, pois sua trajetória é marcada por voltas por cima. Depois de fracassar no Leste Europeu ainda como garoto, ganhou o mundo com o Corinthians.

Após uma péssima passagem pelo Tottenham, da Inglaterra, e uma transferência para a China, foi contratado pelo badalado Barcelona onde se destacou na última temporada europeia.

Falta apagar o carimbo dos 7 a 1. E a oportunidade para isso é agora, na Rússia.

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