Procuram-se os matadores do Campeonato Brasileiro”. Os zagueiros agradecem, pois nomes consagrados da grande área andam sumidos na Série A. Fred, Leandro Damião, Jô, Borges, Luis Fabiano, Alexandre Pato, Barcos e Marcelo Moreno prometiam brigar pela artilharia, mas amargam é uma baixa média de gols. Os oito jogadores, todos com passagens pelas suas respectivas seleções, só balançaram as redes, juntos, em 34 oportunidades. O número é somente 2,6 vezes maior que o do desconhecido Éderson. Encerrada a 23ª rodada, o atacante do Atlético-PR lidera a lista de goleadores da competição, com 13. Ele é seguido por William, da Ponte Preta, com 11. Os casos mais frustrantes são certamente os de Fred, Leandro Damião e Alexandre Pato. O craque do Fluminense, peça-chave na conquista canarinho na Copa das Confederações, festejou o título do Brasileiro de 2012 na condição de artilheiro, com 20 gols. De protagonista, virou coadjuvante. Agora, Fred só é notícia pelas lesões. Ele disputou apenas nove partidas e segue no departamento médico. Só estufou o barbante em três ocasiões. O Internacional recusou uma oferta superior a R$ 60 milhões por Leandro Damião. O Tottenham queria levá-lo à Inglaterra. Os dirigentes colorados devem ter se arrependido da decisão. Damião nem de longe lembra o jogador cotado para usar a camisa 9 da Seleção no Mundial de 2014. Pelo contrário, a Copa está distante após o fraco desempenho na Série A. Damião é o espelho de um irregular Inter, que cai na tabela. Anotou três gols em 15 partidas. A média não passa de 0,20. Já Alexandre Pato se tornou símbolo de um “poderoso” Corinthians, campeão do mundo. Custou R$ 40 milhões, mas não deu o retorno e constantemente é vaiado pela torcida. O ex-Milan contabiliza 41 finalizações no campeonato e sete bolas na rede. São quase seis tentativas para que saia um gol. Mineiros devendo Os responsáveis por “amedrontar” a zaga rival também não conseguem se destacar nos times de Cruzeiro e Atlético. Borges, artilheiro da edição 2011, esbarra no aspecto físico. As lesões não o deixam ter uma sequência. São quatro gols em 12 jogos. No empate diante do Corinthians, no último domingo, foi substituído no intervalo por recomendação médica. A situação de Jô é curiosa. Comemorou três vezes, num duelo só, contra o Coritiba, na 20ª rodada, depois de brilhar pela Seleção. Foram seus únicos gols na disputa. Ele segue o embalo do Galo, vencedor da Libertadores, que parece apenas aguardar o Mundial de Clubes, em dezembro. Na briga continental, foi o artilheiro, ao anotar sete gols. 23ª rodada teve pior média de gols da história A escassez dos artilheiros no Brasileiro é evidenciada pelos números da competição. O consagrado grupo dos principais “matadores” da Série A passou em branco no fim de semana, sendo que apenas Fred, machucado, não jogou, e Alexandre Pato e Marcelo Moreno, que foram reservas, entraram em campo no segundo tempo. Isso contribuiu para que a 23ª rodada registrasse a pior média de gols da história dos pontos corridos desde 2003. Foram apenas 14 bolas na rede em dez jogos, média de 1,4. Antes, o pior desempenho tinha sido na 16ª rodada de 2010, com 15 gols. Nove times que entraram em campo ficaram em branco. Oito fizeram um gol e três marcaram duas vezes. Nenhuma equipe conseguiu balançar as redes mais de duas vezes. Os mais efetivos da rodada foram os ataques de Atlético e Bahia, que bateram Vasco e Botafogo, respectivamente, por 2 a 1. No geral, já foram marcados 566 gols no Brasileirão 2013, em 228 partidas, média de 2,48, sendo que dois jogos estão atrasados. A média é a mesma do ano passado, pois após a 23ª rodada de 2012, já tinham sido marcados 570 gols, sem levar em conta o confronto adiado entre Flamengo e Atlético, que ainda não havia sido disputado. Esses números não chegam nem perto aos da edição de 2011, quando o Corinthians levantou o caneco. Após a 23ª rodada, a competição tinha dois jogos atrasados, adiados por causa da participação do Santos na Copa Libertadores. E as bolas nas redes já tinham chegado a 623, média de 2,73.