Buglê completa 75 anos e, mesmo com Alzheimer, relembra primeiro gol do Mineirão

Henrique André
24/07/2019 às 16:49.
Atualizado em 05/09/2021 às 19:41
 (Arquivo Pessoal)

(Arquivo Pessoal)

“Lembro que roubei a bola na intermediária e tabelei com o Dirceu Lopes até a área adversária, quando, no final, ele lançou e o goleiro se trombou com o zagueiro; a pelota sobrou e tive a felicidade de só empurrá-la para as redes”. Aniversariante do dia, José Alberto Bougleux, o Buglê, não tira da memória o gol que o imortalizou na história do futebol brasileiro, em 5 de setembro de 1965.

Autor do primeiro tento da história do Mineirão, no amistoso entre Seleção Mineira x River Plate-ARG, o ex-meia do Atlético completa 75 anos nesta quinta-feira (25) e, apesar do agravamento do Alzheimer, consegue se lembrar com exatidão dos momentos vividos dentro das quatro linhas. Ele se aposentou em 1975, no América.

De acordo com o neto Pedro, de 21 anos, os sinais da doença apareceram em 2014 e, atualmente, o avô tem a memória recente prejudicada.Arquivo Pessoal 

FAMÍLIA - Buglê ao lado do neto Pedro, de 21 anos

PESCA, GADO E CERVEJA

Nascido em São Gotardo, no Alto Paranaíba, Buglê curte uma vida pacata em Brasília, onde vive desde que largou os campos. Apesar da doença, ele não abre mão da velha cervejinha e da chácara, onde cuida dos gados e curte a amada pescaria. 

No segundo casamento, o autor do primeiro gol do Gigante da Pampulha tem ao lado a esposa Walnice, a qual classifica como seu “porto seguro”.

Com passagem no futsal do Cruzeiro, onde jogou com Tostão e Ronaldo Drummond logo que se mudou com a família para a capital, Buglê foi fazer história no rival Atlético. Pelo alvinegro, realizou 85 partidas e marcou 15 gols.

Além do Galo, o ex-atacante defendeu o Santos, onde atuou com Pelé – ele diz que conheceu o mundo por causa do “Rei do Futebol” –, e o Vasco da Gama. Na Europa, em uma temporada vestiu as camisas do Sporting, de Portugal, e do Atlético de Madrid.

“Acompanho muito pouco o futebol atualmente. Hoje, não é como na minha época. Temos muito cai-cai, jogadores com salários altos e muita fama. Na minha época, futebol não dava dinheiro”, conta.

“Quando está no auge, você é rei, depois te esquecem rapidamente”, finaliza o homem que fez o Mineirão ir à loucura pela primeira vez.Arquivo Pessoal 

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