Caldo, música ao vivo e cama elástica: a difícil tarefa de encher o Independência

Cristiano Martins
csmartins@hojeemdia.com.br
15/07/2016 às 21:20.
Atualizado em 16/11/2021 às 04:19
 (Flávio Tavaes)

(Flávio Tavaes)

A alta de 73,80% no preço do feijão em 2016 é apenas um dos prejuízos acumulados pelo América na cruzada para tentar atrair públicos mais significativos na campanha do retorno à Série A do Brasileirão.

Caldos, algodão-doce, cachorro-quente e canjica distribuídos gratuitamente no Independência estão entre algumas da estratégias já abordadas pela diretoria de marketing. Tudo ao som de forró ou dupla sertaneja ao vivo, com o apoio do Banco Intermedium, patrocinador master do clube alviverde.

Os próprios dirigentes, no entanto, reconhecem que o trabalho não gera retorno imediato. “Temos, é claro, o objetivo de melhorar o público e aumentar a nossa torcida. Mas essa é uma meta de longo prazo, e depende de uma série de fatores, especialmente dos resultados da equipe em campo. Essas ações têm também a função, até mais importante neste momento, de ativar a marca dos nossos patrocinadores”, afirma o diretor de marketing, Ronan Soares.

Os números confirmam a sensação de que encher o estádio para um jogo do Coelho é uma missão quase impossível, mesmo com a conquista do Campeonato Mineiro após 14 anos de jejum e a volta à Primeira Divisão nacional depois de quatro anos.
Até aqui, foram sete rodadas disputadas na condição de mandante. E a média de público (2.762 pagantes) é a menor entre os 20 clubes da competição.

Temos, é claro, o objetivo de melhorar o público e aumentar a nossa torcida. Mas essa é uma meta de longo prazo, e depende de uma série de fatores, especialmente dos resultados da equipe em campo. Essas ações têm também a função, até mais importante neste momento, de ativar a marca dos nossos patrocinadores"Ronan Soares, diretor de marketing do América

Além do ambiente praticamente neutro para os adversários e a perda técnica causada pelo vazio nas arquibancadas – é o segundo pior mandante, só à frente do Cruzeiro –, o América fecha as contas no vermelho rodada após rodada.
O ticket médio é de R$ 25, o maior quando excluídos os 11 chamados clubes grandes (o Vasco disputa a Segunda Divisão). A renda bruta, no entanto, é a menor da competição, e o rendimento líquido, o segundo pior, com R$ 21,5 mil negativos no acumulado.

Segundo Soares, porém, o planejamento está mantido para o restante da temporada. “Essa situação já estava prevista, porque sabíamos da nossa realidade (número de torcedores), que não é segredo para ninguém. Mas essas ações não são realizadas apenas pensando no futuro, mas no presente, no lazer e entretenimento de quem vai estádio”, acrescenta.
Além de comida e música, o América também tem investido em atrações para o público infantil, como distribuição de brindes, cama elástica, escorregador e outros brinquedos.

Mas, enquanto o investimento aumenta, a arrecadação cai. Na primeira rodada, o Cartão do Torcedor custava R$ 15, e o ingresso, entre R$ 15 e R$ 25. Atualmente, o benefício é gratuito, e o preço das entradas para o jogo contra o Santa Cruz, neste domingo (17), às 11h, será de R$ 10 a R$ 20.

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