(Montagem sob fotos de Rafael Ribeiro/CBF e Bruno Haddad/Fluminense F.C.)
As carreiras de Luiz Felipe Scolari e Carlos Alberto Parreira normalmente são lembradas pelos inúmeros títulos conquistados por clubes e seleções, especialmente o da Copa do Mundo, que ambos têm no currículo, e também pelo 7x1, que assistiram lado a lado, no banco de reservas do Mineirão, na semifinal da Copa do Mundo de 2014.
Entretanto, a volta de Felipão ao Cruzeiro, em meio a maior crise dos quase 100 anos de história da Raposa, cria mais um fato em comum na história daqueles que estão marcados como dois dos principais treinadores que o futebol brasileiro já teve.
Assim como Scolari, Parreira decidiu assumir a missão de tentar ajudar a reerguer um grande clube, que também atravessava a pior fase de sua trajetória no esporte mais popular do Brasil.
Em 1999, cinco anos após conquistar o tetracampeonato mundial pela seleção brasileira, Parreira foi contratado pelo Fluminense, que iria disputar a Série C naquele ano.
Vindo de um tríplice rebaixamento, com dificuldades financeiras e com a confiança da torcida em baixa, o Tricolor das Laranjeiras viu no treinador a figura ideal para comandar a reconstrução do time em campo.
E a escolha deu certo. Além da qualidade nos trabalhos à frente da equipe, o técnico passou a credibilidade que o elenco e a diretoria precisavam para conquistar o objetivo.
Apesar de oscilações na temporada, o Fluminense, que tinha no elenco os jovens Roger Flores, Magno Alves e Roni, conquistou o título da terceira divisão, encerrando o capítulo mais difícil de sua história.
Felipão
Após a negativa de quatro treinadores, inclusive do próprio Felipão, que declinou a primeira oferta do Cruzeiro, no início da semana, o time celeste tem um novo comandante.
Com uma forte pressão que atinge tanto a diretoria, quanto o elenco, Scolari chega para tentar dar a paz que o clube precisa para tentar encontrar um rumo dentro e fora de campo.
Na 19ª colocação na classificação, com apenas 12 pontos, a Raposa não só vê distante o acesso à Série A - principal objetivo do ano -, mas também é assombrada pelo risco de um novo rebaixamento.
Fora das quatro linhas, o clube estrelado lida com uma grave crise financeira, que vem gerando atrasos no pagamento de salários, e punições desportivas aplicadas pela Fifa. A última delas, impedindo que o clube estrelado inscreva jogadores, até que resolva o impasse relacionado a uma dívida com o Zorya, da Ucrânia, pela compra do atacante Willian Bigode, em 2014.
Nesse cenário, e com contrato até o fim de 2022, Felipão chega ao Cruzeiro com a missão de tentar repetir o sucesso de Parreira no Fluminense, e levar a Raposa a dias melhores.
Caso consiga, vai escrever mais um capítulo - talvez o mais difícil, por todos os fatores externos - de sua vitoriosa carreira.