Caso Arrascaeta: Kalil relembra profecia de 2014 e critica poder dado ao Flamengo no mercado

Henrique André
09/01/2019 às 17:55.
Atualizado em 05/09/2021 às 15:57
 (Bruno Cantini/Atlético)

(Bruno Cantini/Atlético)

“Os clubes têm que mandar a televisão (Globo, detentora dos direitos de transmissão do Brasileirão) fazer o Campeonato apenas com o Flamengo. É hora de fazer uma grande guerra. Eles (TV) vão perder audiência. Se não for feito, os clubes vão fechar as portas". Para Alexandre Kalil, ex-presidente do Atlético e atual prefeito de Belo Horizonte, esta é a única solução para diminuir a cota do time carioca e, consequentemente, a disparidade em relação aos outros concorrentes da Série A. 

De acordo com estudo da empresa de consultoria Ernest & Young, em caso de título, o Flamengo receberia cerca de R$327 milhões em cotas no Brasileirão 2019. Este valor, inclusive, é de R$147 milhões a mais que a projeção feita para o ano passada.

Já o Corinthians, detentor da segunda maior torcida do país, ficaria com R$271 milhões em caso de título. Este montante representa cerca de R$91 milhões a mais que em 2018.

No novo modelo de divisão de cotas, Atlético e Cruzeiro podem receber menos do que na temporada passada; o valor deve cair de R$108 para R$100 milhões, mesmo em caso de volta olímpica.

“Enquanto isso não acontecesse (o Flamengo entrar com força máxima no mercado), os clubes não iam acordar. Na última vez que negociei com eles (Globo), não deixei nem subirem na sede. Ficaram na calçada da Olegário Maciel. O Atlético foi o último a assinar”, acrescenta Kalil em entrevista ao Hoje em Dia

Questionado sobre a não mudança de cenário, mesmo com a demora para assinar o acordo, o ex-presidente do Galo disse que vários fatores interferem na união dos clubes pela causa e que o atual cenário é consequência de “safadeza e corrupção”.

Palmeiras

Sobre o crescimento financeiro do Palmeiras nos últimos anos e a força do alviverde no mercado da bola, Kalil é enfático ao afirmar que não pode ser comparado com o Flamengo. De acordo com o prefeito da capital mineira, os paulistas arrecadavam menos que o Atlético durante seu mandato e que tiveram competência para se reestruturar e fazer a parceria com a Crefisa, patrocinadora master.

“O caso do Palmeiras é bem diferente e a gente não pode misturar as coisas. O Paulo Nobre (e-presidente) foi muito competente e isso é preciso ser destacado. Assim como o Alexandre Mattos (diretor de futebol), que tem sido muito feliz nas contratações”, explica o ex-presidente atleticano, que também frisou a competência do Cruzeiro em manter a maioria do elenco que conquistou o bicampeonato da Copa do Brasil e o técnico Mano Menezes.

Sobre o Atlético e seus desafios, Alexandre prefere se abster e, sem titubear, apenas afirma que “isso é assunto para o Sette Câmara (atual presidente) responder”. Ele ainda lembrou que, o time campeão da Libertadores em 2013, época em que ainda ocupava a principal cadeira do alvinegro, foi montado sem dinheiro em caixa. 

Pedra cantada

A surpreendente ousadia do Flamengo ao investir no mercado da bola, principalmente com a batida de martelo com Gabigol e Arrascaeta, foi pedra cantada por Kalil há quase cinco anos. Em entrevista ao canal Fox Sports, ele previu o domínio rubronegro no cenário nacional.

“O Flamengo está com uma diretoria que está arrumando o clube. Se arrumar o Flamengo, acabou o futebol brasileiro. Temos que rezar para Flamengo e Corinthians trazerem um (Alexandre) Pato por ano, porque senão, nós vamos embora”, disse em dezembro de 2014. 

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