A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) comunicou nesta quinta-feira (15) que convocará eleições para a presidência da entidade para o período de 2025 a 2029. A nota oficial foi divulgada horas após o afastamento de Ednaldo Rodrigues, por decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), e é assinada por Fernando Sarney, vice-presidente mais antigo da instituição e interventor nomeado.
No comunicado, Sarney informa que já tomou posse e que a eleição será convocada com urgência. Ele também afirmou que “as datas, os procedimentos e demais informações do processo eleitoral serão divulgados com a máxima brevidade”. A nota garante ainda a continuidade de “todas as atividades desportivas e contratos vigentes”.
A decisão que afastou Ednaldo Rodrigues foi assinada pelo desembargador Gabriel de Oliveira Zéfiro. Segundo o magistrado, a responsabilidade pela convocação do novo pleito recai sobre um dos vice-presidentes, cabendo a escolha ao mais antigo entre eles. O afastamento decorre de uma apuração solicitada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), envolvendo supostas irregularidades no acordo que viabilizou a eleição anterior de Ednaldo.
Paralelamente, Ednaldo é alvo de duas investigações na comissão de ética da CBF. Uma delas, proposta pela deputada federal Daniela Carneiro (União-RJ), trata da possível falsificação da assinatura do ex-presidente Coronel Nunes. A outra foi apresentada pelo vereador Marcos Dias Pereira (Podemos-RJ) e inclui relatos de assédio e descumprimento de normas internas.
O processo relacionado à legalidade do acordo firmado em 2022 também será analisado pelo Supremo Tribunal Federal. A corte marcou para o dia 28 de maio o julgamento de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade que discutirá a possibilidade de o Ministério Público firmar Termos de Ajustamento de Conduta (TACs) com entidades esportivas, como ocorreu com a CBF.
Ednaldo Rodrigues foi eleito de forma unânime em 2022, após receber apoio das 27 federações estaduais e dos clubes das Séries A e B. Na ocasião, ele era candidato único após a desistência de Ronaldo Nazário. Ele assumiu o comando da entidade em 2021, inicialmente de forma interina, substituindo Rogério Caboclo, afastado após denúncias de assédio.