(Satiro Sodré/SSPress)
Faltando pouco mais de 100 dias para a abertura dos Jogos Rio 2016, os olhos do mundo estarão voltados para o Estádio Aquático do Parque Olímpico da Barra da Tijuca hoje, às 9h30 (eliminatória) e, depois, às 17h (final).
Serão nesses horários que o campeão olímpico e mundial Cesar Cielo terá suas últimas oportunidades para conquistar o índice para a disputa dos 50m livre na Olimpíada.
O nadador minastenista precisa fazer o tempo de 22s27. Até o primeiro semestre de 2015, tal meta seria uma mera formalidade para o atleta. Cesão, porém, não supera a marca desde julho do ano passado, quando alcançou 22s15 no Aberto da França.
Para dificultar um pouco mais a ida de Cielo para a Olimpíada, apenas o índice não garante a classificação do nadador, já que cinco atletas brasileiros possuem tempos melhores que o índice, conquistados na primeira seletiva, em dezembro, no Torneio Open, disputado em Palhoça (SC).
Bruno Fratus (21s50), Ítalo Duarte (22s08), Marcelo Chierighini (22s17), Matheus Santana (22s17) e Henrique Martins (22s25) já conquistaram tempos abaixo do necessário.
Início da queda
Com isso, é preciso voltar ainda mais no tempo. A última vez que Cielo nadou os 50m livres abaixo dos 22s08 (tempo que o colocaria entre os dois melhores brasileiros) foi no Troféu Maria Lenk de 2015, quando ele fez 21s84.
No entanto, foi essa competição que marcou o início da queda do brasileiro. No Maria Lenk, Cielo perdeu a supremacia nacional para Bruno Fratus, que foi campeão e, depois, encerrou o ano como melhor brasileiro nos 50m livre.
Depois, Cielo abdicou de nadar os Jogos Pan-Americanos para focar no Mundial de Kazan, na Rússia. Entretanto, deixou a competição antes mesmo de nadar os 50m livre, com dor no ombro. Com isso, foi destronado pelo francês Florent Manaudou, atualmente o melhor velocista do planeta.
Cielo também deixou a primeira seletiva olímpica, em Palhoça, antes de nadar os 50m livre. O nadador saiu da cidade após ter tido um desempenho frustrante nos 100m livre – não se classificou sequer para a prova final.
Outro fator que ajuda a compreender a queda de rendimento de Cielo é o fato dele ter trocado de técnico seis vezes desde 2012, além de ter dividido seus treinamentos entre Brasil e Estados Unidos, onde treina desde janeiro, sob orientação do técnico norte-americano Scott Goodrich.