O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos do Rio declarou que não vai pedir que Ryan Lochte e outros nadadores norte-americanos envolvidos em uma polêmica sobre um suposto assalto no último fim de semana peçam desculpas pelos incidentes.
"Nenhuma desculpa é necessária", disse Mario de Andrada, diretor de Comunicação do Rio-2016.
"Esses garotos vieram se divertir, competiram sob enorme pressão. Existe uma investigação. Vamos dar um tempo para esses garotos. São atletas magníficos. Lochte é um dos maiores do mundo", disse Andrada.
"Podem errar, mas a vida segue. Eles fizeram um erro, mas a vida segue", acrescentou o dirigente.
Inicialmente, Lochte e outros nadadores norte-americanos declaram que foram alvos de um assalto à mão armada com seus companheiros no Rio. Porém, há muitas dúvidas quanto ao incidente, ainda mais que o próprio medalhista olímpico mudou a sua versão em entrevista para a emissora NBC na última quarta-feira.
Na primeira versão, Lochte, que já está nos Estados Unidos, havia dito que, enquanto estava em um táxi junto a seus companheiros, a caminho da Vila Olímpica, foi abordado por um carro de supostos policiais disfarçados. Porém, agora ele já afirma que o táxi foi abordado por um grupo de pessoas enquanto estava parado em um posto de gasolina.
Outro detalhe alterado foi sobre a arma que teria sido apontada para sua cabeça.
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Antes, Lochte dissera que o ladrão teria colocado a arma contra sua nuca. Porém, na versão mais recente, diz apenas que o objeto teria sido apontado "em sua direção". Também há divergências sobre o número de bandidos que teriam feito a abordagem.
Diante das incoerências encontradas nos depoimentos, a Polícia Federal impediu, na última quarta, o embarque de outros dois nadadores americanos no aeroporto do Galeão.
Gunnar Bentz e Jack Conger foram retirados do avião porque estão envolvidos na investigação da polícia sobre o caso, o suposto roubo aos atletas.
Câmeras de segurança também revelaram que os nadadores chegaram à Vila Olímpica, na Barra da Tijuca, com uma atitude positiva, "fazendo brincadeiras uns com os outros", diz a decisão da juíza Keyla Blanc de Cnop.
Eles ainda estavam usando relógios e portavam suas carteiras e telefones celulares, o que causou estranhamento, uma vez que estes são objetos, em geral, levados por assaltantes.