COB tira lições da Copa do Mundo e se preocupa com fator emocional

Gazeta Press
25/07/2014 às 10:19.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:31

Diante da realidade da delegação nacional nos Jogos de Londres-2012, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) traçou metas ousadas para o Rio de Janeiro-2016. A entidade, preocupada com o lado emocional dos atletas, investe na preparação psicológica para atingir seus objetivos e tira lições do recente Mundial de futebol, marcado pela instabilidade da Seleção comandada por Luiz Felipe Scolari.

"A Copa do Mundo foi rica em experiências para todos nós. Estamos fazendo um estudo grande sobre como essa influência aconteceu junto aos atletas, junto aos nossos treinadores, procurando potencializar o que ocorreu de positivo e neutralizar o que ocorreu de negativo", disse Jorge Bichara, gerente geral de performance esportiva do COB.

Em Londres-2012, o Brasil foi o 14º colocado no quesito total de medalhas ao conseguir 17 pódios em nove modalidades. No Rio de Janeiro-2016, o COB espera integrar o top 10 ao final do evento e estima precisar de aproximadamente 27 condecorações em 13 esportes diferentes. O investimento para alcançar a meta passa pela preparação psicológica.

No ano de 2009, quando o Brasil foi escolhido como sede dos Jogos-2016, o COB elaborou um plano estratégico. Com a ajuda das Confederações Brasileiras, a entidade preparou um guia para o desenvolvimento das modalidades olímpicas. Dentro do itinerário da organização, os primeiros anos deste ciclo são voltados para a preparação técnica, física e mental, além da estruturação esportiva das equipes.Durante as competições, o COB coloca seu grupo de psicólogos à disposição da delegação - em Londres, sete profissionais da área integraram a equipe multidisciplinar montada pela entidade. A prioridade, no entanto, é desenvolver um trabalho constante, de preferência sob a batuta das diferentes Confederações Brasileiras ou clubes.

"O COB está atento à importância da preparação mental e acredita que esse trabalho deve ser feito sempre a longo prazo. É importante salientar que ele não pode ser obrigatório. O atleta e seu treinador têm que querer realizá-lo. O COB entende que a preparação mental deve ser integrada com outras ações científicas e necessita envolver os treinadores", disse à Gazeta Esportiva Marcus Vinícius Freire, diretor executivo de esportes da entidade.

Medalha de prata como jogador da Seleção de vôlei em Los Angeles-1984, o membro do COB conhece a realidade dos atletas. Freire, peça fundamental na preparação da delegação para o Rio de Janeiro-2016, mescla em sua atual função a experiência como competidor com o know-how adquirido nos grandes eventos de que participou na condição de dirigente ao longo dos últimos anos.

"Nosso trabalho nesse campo (psicológico) vem evoluindo desde 1996. Passamos por diversos Jogos Olímpicos, Pan-americanos e Sul-americanos, além de vários Mundiais, tais como a Copa do Mundo de futebol, e sempre temos que aproveitar as lições aprendidas nesses eventos", declarou o diretor executivo de esportes do COB.Em 2013, o Brasil conquistou 27 medalhas em provas olímpicas nos Campeonatos Mundiais ou competições equivalentes - oito de ouro, dez de prata e nove de bronze -, performance animadora. Otimista, Freire cita como exemplo os Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro-2007, nos quais o País conseguiu 52 títulos e ficou no terceiro lugar do quadro, atrás de Estados Unidos e Cuba.

"Dentro do grupo de trabalho criado com foco no ‘home advantage’ para 2016, incluímos o apoio de torcida, familiares e suporte de patrocinadores. Estamos estudando cada um desses agentes e quais os seus pontos positivos e negativos quando competimos em casa. É importante lembrar que tivemos a experiência do Pan de 2007. Com total apoio da mídia e da torcida, chegamos ao melhor resultado do Brasil na história da competição", afirmou.

O COB, presidido por Carlos Arthur Nuzman, que também dirige o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos-2016, trabalha com a expectativa de contar com aproximadamente 400 atletas no Rio de Janeiro. O investimento para os quatro anos de ciclo antes do Rio de Janeiro supera R$ 1 bilhão, valor que, embora vultuoso, não garante a estabilidade emocional necessária para triunfar dentro de casa.
 

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