
Nesta quarta-feira (14), Marrocos enfrenta a França, no estádio Al Bayt, às 16h (de Brasília), na briga por uma vaga na final da Copa do Mundo. Os marroquinos alcançaram o marco histórico de ser a primeira seleção africana a chegar em uma semifinal do Mundial. No último jogo, pelas quartas de finais, a equipe desbancou Portugal, de Cristiano Ronaldo, e mandou mais uma candidata ao título para casa.
Na fase de grupos, o time terminou na primeira colocação do Grupo F, que tinha Croácia, atual campeã, Bélgica, terceira colocada na última edição, além do Canadá. Nas oitavas, eliminou a Espanha, nos pênaltis. Em cinco jogos, o retrospecto é de três vitórias e dois empates, sendo cinco gols marcados e apenas um sofrido.
Atual treinador do Athletic Club, de São João del Rei, e que vai disputar o campeonato Brasileiro da Série D, o ex-atacante Roger Silva, falou sobre a façanha do time africano nesse Mundial. “Marrocos já é uma realidade, pelo que tem jogado e pelos adversários que eliminou. O futebol passa por uma evolução muito grande, em termos de informação, parte tática e essa troca de networking, que a Copa proporciona, de país para país, só tende a contribuir. Vemos que o equilíbrio tático pode levar as equipes mais longe na competição”, afirma Roger Silva.
Valorização da Casa
Outro fator inédito neste Mundial está no comando técnico das seleções africanas. Pela primeira vez na história, todas as cinco equipes iniciaram o torneio com treinadores do continente. Os nomes são: Alou Cissé (Senegal), Jalel Kadri (Tunísia), Walid Regragui (Marrocos), Rigobert Song (Camarões) e Otto Addo (Gana).
Para Júnior Chávare, atual executivo de futebol do Juventude e responsável pela montagem do elenco da equipe de Caxias do Sul, enxergar o mercado local é um diferencial para as equipes de menor porte.
“A representação desses técnicos, nas equipes africanas, exemplifica muito bem esta Copa descentralizada. Hoje, só a camisa e a tradição em mundiais não são fatores suficientes para uma equipe chegar longe. A Alemanha, depois do título em 2014, caiu na primeira fase em duas edições consecutivas. O torneio de seleções está cada vez mais equilibrado e não é de agora”, concluiu Chávare.
No Catar, as seleções africanas também bateram o recorde de vitórias na primeira fase de uma edição da Copa do Mundo. Ao todo, foram 24 pontos conquistados, nove a mais que em 2002, que até então, detinha o melhor desempenho dos representantes da África.
Nesta edição, por exemplo, foi a primeira vez que a seleção brasileira foi derrotada por um time africano na história das Copas. Na última rodada da primeira fase, Aboubakar marcou o gol da vitória de Camarões, diante do Brasil, por um a zero.
“Este Mundial está sendo um marco para as seleções africanas. São equipes que se destacam não só pela imposição física, mas também pela parte técnica. Senegal, por exemplo, mesmo sem o seu principal jogador, o Mané, avançou ao mata-mata e foi uma equipe extremamente competitiva” aponta o volante Rômulo, que já defendeu equipes como Juventus, Lazio, Fiorentina e Cruzeiro.
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