Com quatro promessas mineiras, torneio na capital leva tenistas ao Roland Garros Juvenil

Cristiano Martins
csmartins@hojeemdia.com.br
09/04/2018 às 01:26.
Atualizado em 03/11/2021 às 02:15
 (Cristiano Andujar/Divulgação/CBT)

(Cristiano Andujar/Divulgação/CBT)

Pisar no templo francês do tênis onde já se consagraram Gustavo Kuerten, Marcelo Melo, Maria Esther Bueno e Thomaz Koch é o sonho dos jovens tenistas classificados para o Roland Garros Junior Wild Card, realizado a partir desta quarta-feira (11) em Belo Horizonte.

A competição será disputada até domingo no saibro do Pampulha Iate Clube (PIC), por adolescentes de ao todo nove estados do Brasil, e dará aos vencedores das chaves masculina e feminina a oportunidade de buscar uma vaga no torneio juvenil do tradicional Grand Slam de Paris. Quatro representantes de Minas Gerais aparecem entre os esportistas de até 18 anos pré-qualificados para o evento.

Um dos destaques é a belo-horizontina Marina Figueiredo, de 17 anos. Atual campeã nacional da categoria, ela ocupa a primeira colocação entre as brasileiras no ranking da Federação Internacional de Tênis (ITF).

Desde aquele dia, tenho trabalhado pensando em aproveitar essa nova oportunidade. Roland Garros é o torneio que todo mundo sonha jogar"Marina Figueiredo

Na última edição do torneio classificatório (Rendez-Vous à Roland Garros 2017, em Florianópolis), a atleta do PIC chegou à semifinal e caiu diante da futura campeã, a paranaense Nathalia Gasparin, em jogo duríssimo decidido por 7 a 5 no terceiro set.

“Desde aquele dia, tenho trabalhado pensando em aproveitar essa nova oportunidade. Roland Garros é o torneio que todo mundo sonha jogar. Mas sei que todas as outras meninas também estão treinando bastante, e são as melhores do Brasil. Com certeza será muito equilibrado”, avalia Marina.

A chave feminina terá ainda a presença de Giulia Aguiar, atleta do Arena Tênis Clube de Juiz de Fora. A tenista de 16 anos aparece na 19ª posição entre as brasileiras no ranking ITF.

Inspiração

No torneio masculino, as esperanças mineiras são Bruno Oliveira, 16 anos, e Lucas Dini, 17. Nascidos em Belo Horizonte e Ubá, respectivamente, eles figuram em 11º e 39º entre os tenistas do país no ranking internacional juvenil.

Bruno e Lucas treinam juntos no PIC, ao lado do também belo-horizontino João Pedro Ferreira, 17, campeão do Rendez-Vous no ano passado. E, no que depender do incentivo do colega, entrarão bastante motivados na disputa.

“Ir a Roland Garros foi a minha principal experiência. Era um sonho, por causa do Guga, que é um ídolo nacional. Foi muito legal estar no meio dos profissionais, assistir a alguns jogos, ver o Rafael Nadal de perto... Um incentivo a mais para acreditar no meu potencial e seguir trabalhando”, garante João, mesmo não tendo avançado à chave principal do Grand Slam juvenil, em maio de 2017.

Pouco tempo depois, em novembro do ano passado, ele conquistaria seu primeiro grande título internacional (ITF G3, na Bolívia), afirmando-se ainda mais entre os grandes nomes da nova geração.Cristiano Andujar/CBT/Divulgação

Campeão do Rendez-Vous 2017, João Pedro diz ter vivido melhor experiência da carreira em Roland Garros

 Classificação

O Roland Garros Wild Card terá duas chaves (masculina e feminina) de 16 tenistas. Cada naipe já conta com 14 pré-classificados definidos por meio dos rankings da ITF e da CBT (Confederação Brasileira de Tênis), e uma repescagem definirá os dois últimos participantes.

O sorteio será realizado nesta quarta-feira, e as rodadas começarão no dia seguinte. Os campeões disputarão uma etapa classificatória em Paris contra os representantes da Índia e da China, e os vencedores do confronto entre países avançarão para a chave principal do Roland Garros Juvenil.

Piso sagrado

Foi no saibro de Roland Garros que o Brasil conheceu o seu maior ídolo no tênis, com o tricampeonato do catarinense Gustavo "Guga" Kuerten no simples, em 1997, 2000 e 2001.

Mais recentemente, em 2015, o mineiro Marcelo Melo passou a integrar o seleto grupo de campeões do Grand Slam ao conquistar o torneio de duplas masculinas ao lado do croata Ivan Dodig.

A bandeira do Brasil, porém, já havia sido alçada ao topo décadas antes, em 1960. E isso aconteceu duas vezes na mesma edição, com os títulos da paulista Maria Esther Bueno nas duplas femininas e mistas, em parcerias com a estadounidense Darlene Hard e com o australiano Robert Howe, respectivamente.

Por fim, a lista de brasileiros consagrados em Roland Garros inclui também o gaúcho Thomaz Koch, vencedor nas duplas mistas em 1975, junto com a uruguaia Fiorella Bonicelli.

Em Olimpíadas, uma medalha na modalidade ainda é um sonho para o Brasil. O país já esteve representado no esporte em nove edições, mas jamais conseguiu figurar no pódio. 

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