Quando desembarcou em Porto Alegre, onde o Cruzeiro encara neste domingo (19) o Grêmio, às 19h, com a tarefa de deixar a zona de rebaixamento da Série A, o técnico Paulo Bento alcançou uma marca que evidencia uma das diferenças que ele passou a viver com a decisão de trocar Portugal pelo Brasil.
Na capital gaúcha desde a noite de sábado (18), o treinador português terá completado 7.389 quilômetros de viagens pelo Brasil. Para quem mora por aqui, os números podem até parecer insignificantes, mas para um europeu essas distâncias são arrebatadoras.
Basta checar o último campeonato que Bento disputou em Portugal para se ter dimensão disso: em 2008/2009 quando esteve à frente do Sporting, de Lisboa, o treinador percorreu 6.208 quilômetros pela Taça Portugal. Ao todo, foram 14 viagens para 14 cidades diferentes, a mais distante delas, Guimarães, localizada a 365 quilômetros da capital portuguesa.
Pé na estrada
No Brasil, já na segunda partida à frente do Cruzeiro dentro do Brasileirão, o treinador luso encarou o Santa Cruz, em Pernambuco. Foram 2.102 quilômetros de estrada (só de ida) até o Estádio do Arruda, em Recife. Na 5ª rodada do campeonato, contra o Botafogo, o técnico celeste seguiu para Brasília. No bate-volta para o Distrito Federal foram 1.472 quilômetros de viagem.
Ontem quando deixou o aeroporto de Confins, na Região Metropolitana de BH, com destino ao Rio Grande do Sul, o treinador somou mais 1.713 quilômetros.
Com as malas prontas
Mas não é a missão de descobrir o Brasil como "professor" do Cruzeiro que tem dado mais trabalho ao português. Na última sexta, o técnico completou 30 dias dentro da Toca: em sete jogos disputados foram duas vitórias, dois empates e três derrotas. Apesar dos números insatisfatórios, Bento acredita no crescimento do time.
"Tenho uma convicção muito grande de que com este elenco iremos melhorar bastante. E acredito plenamente que alcançaremos os objetivos que nos propusemos. Vamos assumir nossas responsabilidades e continuar trabalhando", disse durante a coletiva de imprensa da última sexta.
Na ocasião, o técnico foi questionado se o cargo dele estaria ameaçado caso os resultados ruins persistissem. Acostumado a fazer as malas, Bento não hesitou: "treinador tem que estar sempre preparado para ter a mala feita. A única diferença é que dessa vez eu trouxe mais coisas. Vim para ficar um ano e meio".
Depois de Porto Alegre, técnico e delegação celeste seguem para Campinas na tarde de segunda (20) onde enfrentam a Ponte Preta, na noite de quarta-feira (22), pela 10ª rodada do Brasileirão.
