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Como treinar? Quanto treinar? (Parte 2)

Luciano Prado
Hoje em Dia - Belo Horizonte
Publicado em 09/12/2016 às 20:32.Atualizado em 15/11/2021 às 22:01.

Dando sequência à série de colunas em que trato dos aspectos relativos à atividade física e ao treinamento com jovens, apresento hoje um dos temas mais polêmicos nesse contexto: o treinamento de força. A força muscular é uma das três qualidades físicas básicas a compor o que se chama de condicionamento físico. As outras são a capacidade aeróbica (frequentemente chamada, numa concepção mais genérica, de “resistência”) e a capacidade anaeróbica, determinante de atributos como velocidade, potência e agilidade.

A força muscular máxima pode ser definida, de forma simplificada, como a capacidade dos músculos de gerar tensão máxima, e é fundamental para dois outros “tipos” de força: a rápida, ou explosiva, e a resistência de força. A primeira nos permite movimentos potentes, como acelerar, empurrar, puxar, arremessar e chutar. A segunda tem a ver com nossa capacidade de manter uma boa postura e uma boa técnica de movimentos por tempo mais prolongado. É importante dizer que a força muscular é fundamental não apenas para o desempenho esportivo, mas também para se evitar problemas posturais, lesões musculares, articulares e ósseas, e para que consigamos manter um bom padrão de funcionalidade em nossas tarefas cotidianas. Não apenas as crianças e adolescentes, nós todos, até a mais avançada velhice.

Sendo assim, crianças precisam ser fortes! A força muscular precisa ser estimulada! Entretanto, o treinamento de força é confundido com musculação apenas (exercício com aparelhos ou equipamentos) ou treinamento apenas com pesos. Treina-se a força muscular realizando-se exercícios contra uma resistência elevada (são chamados de exercícios contra resistência ou resistidos), e essa resistência pode ser fornecida por elásticos, borrachas, cordas, colchões, bolas, pesos, aparelhos, equipamentos mais sofisticados e até o próprio peso da pessoa. Não existe um método que seja mais recomendado para se treinar crianças e adolescentes, nem há prejuízos nesse tipo de exercício, desde que alguns aspectos sejam observados.

Os profissionais que conduzirem os exercícios devem ser muito bem qualificados para a tarefa, afinal tratamos aqui de corpos em crescimento e desenvolvimento. Ser formado em Educação Física é o mínimo. Precisamos também de conhecimento profundo de cinesiologia, (uma espécie de mistura de anatomia e biomecânica), ciência do treinamento esportivo, psicologia e fisiologia do exercício, em seus aspectos pediátricos. Os ganhos de força são claros e pronunciados quando jovens realizam este tipo de treinamento.

Mas há uma característica especial: antes da puberdade, são poucos ou quase nulos os ganhos de massa muscular; a força aumenta porque nosso cérebro passa a coordenar melhor os estímulos nervosos para a musculatura, ativando mais fibras musculares, e de forma mais coordenada. E mesmo sendo os ganhos importantes, imprescindíveis, os riscos de um trabalho mal conduzido não devem de forma alguma ser subestimados. O medo maior, de o crescimento ser de alguma forma sistemicamente inibido ou atrasado, é infundado. Todavia, os riscos de lesões articulares, ligamentares, ósseas e musculares são reais, e problemas posturais podem ser extremamente limitantes; e duradouros. Além disso, salas de treinamento de força são locais que requerem atenção especial par que se evite acidentes. Mas, se a força muscular é tão responsiva em jovens a uma gama tão grande de estímulos, penso que deveríamos explorar todas as possibilidades que até a própria natureza nos oferece de estimular a molecada a se exercitar... com força!

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