Competitividade é desafio da nova edição da Superliga

Émile Patrício - Hoje em Dia
15/04/2014 às 07:38.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:08
 (Hoje em Dia)

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A final da Superliga Masculina de Vôlei não surpreende há duas temporadas. Desde o início, os torcedores já previam quem iria brigar pelo título da competição. No último domingo, o Sada/Cruzeiro conquistou o bicampeão, diante do Sesi-SP, ambos cotados como favoritos.

Em função do tamanho do investimento financeiro dos times, tem ficado fácil imaginar o desfecho no decorrer do campeonato. A falta de competitividade daqueles que não conseguiram bom patrocínio é a principal razão da atual previsibilidade.

A Superliga tem ficado cada vez mais parecida com a versão feminina, que soma nove finais consecutivas entre as mesmas equipes (Rio de Janeiro e Osasco). Entre os homens, porém, pouca coisa muda. Um ou outro time sempre surge, mas se mantém a escrita de que chegam à decisão aqueles que têm maior poder financeiro.

Na temporada anterior, o RJX, equipe milionária criada pelo empresário Eike Batista, era a dona do “poder de compra” e se sagrou campeã nacional com a base da seleção brasileira atuando. O time mineiro ficou com o vice. Neste ano, a crise financeira do empresário gerou debandada dos principais jogadores, enfraquecendo o elenco.

Consequentemente, o time perdeu a competitividade. Sesi e Cruzeiro detiveram os principais investimentos do voleibol brasileiro. Os dois clubes também já tinham se cruzado na decisão da edição 2011/12.

Momento diferente

Um dos semifinalistas, o supervisor do Campinas, Fernando Maroni, diz que o “fenômeno” que ocorreu em 2009, com o Montes Claros – equipe do Norte de Minas formada com baixo orçamento, que chegou à final da Superliga –, hoje é inimaginável. “O vôlei vivia momento diferente. Os melhores jogadores do país defendiam times estrangeiros. Agora eles jogam aqui. Quanto mais dinheiro, mais poder de contratação tem um time. E, se isso se mantiver, obviamente, nada vai mudar na próxima temporada”, pontua.

Maroni diz ainda que existem equipes fortes, mesmo sem exorbitantes folhas de pagamento, como Campinas e o Vivo/Minas, que também disputou a semifinal. “Sempre há jovens talentos. O que nos resta é mesclar com atletas mais experientes. Porém um ou outro talento não ganha Superliga sozinho”, conclui.

Técnico do Minas, Ricardo Picinin acredita que, enquanto houver orçamentos muito superiores, a previsibilidade não irá acabar. “O único fator que limita a força dessas equipes é o ranqueamento da CBV. Mas, mesmo com ele, há dificuldades”, lamenta. 

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