(Samuel Costa/Hoje em Dia)
O excesso de fibras sintéticas na constituição do gramado do Mineirão, responsável por reter a água da chuva, não deverá determinar que o campo seja refeito. A garantia é do diretor-presidente da Minas Arena, consórcio que administra o Gigante da Pampulha. Segundo Ricardo Barra, não há problemas com a grama do estádio.
A suspeita de que o trabalho teria de ser refeito foi levantada após o alagamento do gramado, no sábado passado, um dia antes do clássico entre Cruzeiro e Atlético, quando uma chuva de 80 milímetros atingiu Belo Horizonte.
“A drenagem do estádio está adequada à finalidade que presta. As chuvas que ocorreram no sábado estão totalmente fora do padrão. Se, naquele momento, uma partida de futebol estivesse sendo realizada, com certeza ela seria interrompida, porque estaria sem condições de o próprio jogo acontecer”, afirma Barra.
A fibra sintética tem como função auxiliar no enraizamento da grama, mas o excesso causa um entupimento e atrapalha na drenagem da água. Na prática, é como um ralo de chuveiro cheio de cabelos, o que represa a chuva.
Pioneiro
O gramado do Mineirão foi o primeiro dos estádios da Copa do Mundo e da Copa das Confederações a começar a ser plantado, no dia 9 de novembro do ano passado.
Entretanto, no início de novembro houve uma forte chuva na capital mineira, e o campo virou um lamaçal. Por problemas na drenagem, o plantio, que deveria ser feito em até uma semana, só foi concluído no fim do mês.
Com isso, o primeiro gramado dos estádios que serão utilizados nos torneios internacionais a ser finalizado acabou sendo o do Castelão, em Fortaleza.
Técnica
A técnica utilizada no plantio do gramado do Mineirão foi inédita no Brasil. A grama foi plantada em abril do ano passado, em uma fazenda de Bonsucesso, interior do Estado. Após ser lavado a seco, o material foi transportado em caminhão refrigerado a 5ºC até a capital.
No total, cerca de 540 mil mudas foram plantadas no gramado de 105m x 68m de dimensão. Elas foram jogadas em cima de uma camada de areia, substrato, fibra sintética e resíduos elásticos.